Dilma vai hoje à Câmara e ao Senado conversar com lideranças parlamentares
Presidente vai discutir reforma política com a base aliada; oposição deve ser ouvida na sexta
Brasil|Kamilla Dourado, do R7, em Brasília
A presidente Dilma Rousseff tem uma agenda intensa de reuniões e discussões, nesta quinta-feira (27), com partidos e lideranças da base para acertar detalhes da reforma política.Os debates começam pelos aliados.
O primeiro a ser recebido foi o ministro da Justiça, José Eduardo Cardozo, que manteve silêncio depois do encontro. Depois, ao lado dos ministros Ideli Salvati (Relações Institucionais), Aloizio Mercadante (Educação) e Cardozo (Justiça) e do vice-presidente Michel Temer, a presidente se encontrou com os presidentes de partidos políticos no Palácio do Planalto.
Por volta das 12h, estavam na sala com a presidente, além dos ministros, Alfredo Nascimento (PR), Gilberto Kassab (PSD), Marcos Pereira (PRB), Ciro Nogueira (PP), Valdir Raupp (PMDB), Rui Falcão (PT), Benito Gama (PTB), Eduardo Campos (PSB), Renato Rabelo (PC do B) e Carlos Lupi (PDT).
Ao chegar à reunião, o Partido Progressista (PP) defendeu a realização de um referendo — uma consulta popular convocada depois que o ato já foi aprovado, cabendo ao povo confirmar ou rejeitar a proposta. A ideia inicial do governo é apresentar um plebiscito — quando o povo é consultado antes de o projeto ser aprovado.
Em nota, o PP defendeu que “o plebiscito, por natureza, deve estar restrito a poucos temas, sendo difícil adequar a amplitude de itens que devem, necessariamente, ser abordados em uma proposta de reforma política.
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À tarde, Dilma vai ao Congresso se reunir com Lideranças na Câmara dos Deputados e no Senado Federal. A presidente deve terminar a rodada de reuniões nesta sexta-feira ao receber lideranças da oposição.
Segundo o presidente da Câmara, Henrique Eduardo Alves (PMDB-RN), com o convite, a presidente se mostra disposta e aberta a ouvir as sugestões dos parlamentares.
— Haverá a sugestão da presidente de forma respeitosa. A partir daí, esta Casa tem autonomia para decidir o que vai fazer, se acatará a sugestão do plebiscito, ao qual eu também sou favorável. Na próxima semana, vamos nos debruçar sobre esse assunto para dar agilidade porque essa Casa tem, sim, que votar uma reforma política, o que falta é compatibilizar os interesses dos partidos.