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Eletrobras quer que União banque distribuidoras do Norte até privatização, diz fonte

Brasil|

Por Rodrigo Viga Gaier

RIO DE JANEIRO (Reuters) - A estatal Eletrobras deverá exigir que a União banque investimentos e custos operacionais de suas distribuidoras de energia mais deficitárias, que atuam na região Norte, sob o compromisso de prepará-las para a privatização, afirmou à Reuters uma fonte com conhecimento direto do assunto.

A estatal realiza nesta sexta-feira a partir das 14h assembleia de acionistas para decidir o futuro de suas seis distribuidoras que atuam no Norte e Nordeste, e as propostas sob a mesa incluem a venda de todas elas ou mesmo a não renovação da concessão das mais problemáticas --Amazonas Energia e Boa Vista Energia, que atuam em Amazonas e Roraima.

No caso da simples não prorrogação dos contratos, o governo seria obrigado a realizar às pressas uma licitação para escolher um novo operador para as concessionárias.

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Mas essa opção é vista como politicamente muito delicada, segundo duas fontes ouvidas pela Reuters, o que deverá levar a uma saída que combine um prazo extra para preparar a venda das empresas e uma salvaguarda ao caixa da Eletrobras, que quer evitar novas perdas com essas concessões deficitárias.

As distribuidoras da Eletrobras sofrem larga influência de parlamentares e governadores dos Estados em que atuam --recentemente, ata de reunião entre técnicos do Tribunal de Contas da União (TCU) e da Agência Nacional de Energia Elétrica (Aneel) apontou que essas empresas são vistas como "cabides de empregos para apadrinhados políticos".

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Na última proposta da Eletrobras aos acionistas, consta uma sugestão de que a estatal se comprometa a vender Amazonas Energia e Boa Vista Energia até 31 de dezembro de 2017, desde que até lá as empresas recebam "diretamente, da União Federal ou através de tarifa, todos recursos e remuneração necessários para operar, manter e fazer investimentos".

"Essa parece ser a opção que agrada mais gente e é boa para todo mundo", afirmou a fonte, na condição de anonimato. "Tira uma peso das costas da Eletrobras... e evita o desgaste político", adicionou.

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Antes, a Eletrobras pedia um compromisso do governo federal de aportar 8 bilhões de reais em suas distribuidoras como contrapartida para renovar os contratos de concessão, vencidos desde 2015.

A opção atualmente em discussão deverá exigir menos recursos da União do que isso, segundo a fonte, que disse que a decisão final sobre o assunto está nas mãos do presidente interino Michel Temer e do Tesouro. "É uma solução política."

Uma segunda fonte próxima ao assunto afirmou que a opção de simplesmente não renovar os contratos e obrigar o governo a relicitar as concessões do Amazonas e de Roraima poderia causar desconforto e desgaste junto às bancadas dessas regiões no Congresso em um momento delicado para o governo interino.

O Senado deverá decidir em agosto sobre o impeachment da presidente Dilma Rousseff, afastada desde maio.

"Esses dois Estados têm senadores suficientes para reverter o jogo do impedimento... a devolução é uma decisão complicada e muito difícil de ser tomada num momento político como esse", afirmou.

O governo interino promete uma total reestruturação da Eletrobras, que passará a ter como presidente o ex-CEO da CPFL, Wilson Ferreira Jr, que assumirá o posto com a missão de vender ativos para aliviar a atual crise financeira da maior elétrica do Brasil, que acumula prejuízos de mais de 30 bilhões de reais em quatro anos.

O governo já agendou para 19 de agosto o leilão da distribuidora Celg-D, de Goiás, o primeiro desinvestimento previsto para a elétrica federal.

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