Em discurso de posse, Dilma promete prioridade à educação e defende Petrobras
Presidente tomou posse para seu segundo mandato na tarde desta quinta-feira (1°)
Brasil|Do R7
Em seu discurso no plenário da Câmara dos Deputados, durante a cerimônia de posse do novo mandato, a presidente Dilma Rousseff elegeu a educação como "prioridade das prioridades" nos próximos quatro anos. Afirmou ainda que o lema de sua gestão será "Brasil, pátria educadora".
— É um lema com muito significado, reflete com clareza qual será nossa prioridade e sinaliza para qual setor devem convergir os esforços de todas as áreas do governo. Só a educação liberta um povo e lhe abre as portas para um futuro próspero.
Na reforma ministerial, Dilma tirou a pasta da Educação do PT para entregá-la ao ex-governador do Ceará Cid Gomes, do PROS, sigla aliada do governo federal.
A presidente disse que será possível fazer ajustes na economia brasileira sem retirar da população conquistas já adquiridas.
— Teremos ações firmes e sóbrias na economia. Mas buscaremos o menor sacrifício possível, especialmente para os mais necessitados. Reafirmo ainda a manutenção de todos os direitos trabalhistas e previdenciários. Vamos derrotar a falsa tese que afirma haver um conflito entre estabilidade econômica e os investimentos sociais.
A petista afirmou ainda que irá "lutar" para oferecer o máximo possível aos brasileiros nos próximos anos.
— Agora é a hora de prosseguir com nosso projeto, melhorar o que está bom e fazer o que povo espera de nós. Ao invés de simplesmente garantir o mínimo necessário como foi o caso ao longo da nossa história, temos que lutar para oferecer o máximo possível. Vamos precisar de paciência, coragem, equilíbrio e humildade para vencer os obstáculos. E venceremos. O povo quer democratizar cada vez mais a renda, o conhecimento e o poder.
Dilma apontou como prioridades o combate à inflação, a preservação do emprego — com a manutenção da política de salário mínimo — e a redução das desigualdades. Ela defendeu ainda ajustes nas contas públicas.
Petrobras
Dilma também falou sobre a situação da Petrobras, e saiu em defesa da estatal, repetindo que não compactua com a corrupção e defendeu que a Petrobras tenha uma rigorosa estrutura de governança e controle para não permitir que novos esquemas de desvio de recursos públicos possam ser implantados na estatal.
— A Petrobras tem 86.000 funcionários deicados, honrados e sérios. Alguns servidores não souberam honrá-la, sendo atingidos pelo combate à corrupção. Vamos implantar na Petrobras a mais eficiente e rigorosa estrutura de governança que uma empresa já teve no Brasil. Temos muitos motivos para defender a Petrobras de predadores internos e de seus inimigos externos. Por isso vamos apurar com rigor tudo de errado que foi feito e fortalecê-la cada vez mais.
Política externa
Ao falar de alianças com outros países, Dilma afirma que não haverá "discriminação de ordem ideológica" e prometeu manter as relações com os países da América Latina e Caribe, garantindo que "da mesma forma será dada ênfase aos Brics, à África, aos países asiáticos e ao mundo árabe".
Pacto contra corrupção
Durante seu discurso de posse, a presidente Dilma Rousseff propôs um pacto nacional contra a corrupção. A presidente disse ser necessário "democratizar o poder" e afirmou que isso passa pela reforma política e pelo combate à corrupção.
A presidente afirmou também que vai propor ao Congresso Nacional a aprovação de um pacote de medidas de combate à corrupção defendido por ela durante a campanha eleitoral de 2014, como transformar em crime e punir com rigor os agentes públicos que enriquecem sem justificativa ou não demonstrem a origem dos seus ganhos e modificar a legislação eleitoral para transformar em crime a prática de caixa 2.
— Estou propondo um grande pacto nacional contra a corrupção que envolve todas as esferas de governo e todos os núcleos de poder, tanto no ambiente público ou privado. A corrupção ofende e humilha os trabalhadores, os empresários e brasileiros honestos e de bem. A corrupção deve ser extirpada.
PAC 3
A presidente prometeu também lançar, em seu segundo mandato, a terceira fase do PAC (Programa de Aceleração do Crescimento) e o segundo Programa de Investimento em Logística.
— Assim, a partir de 2015, iniciaremos a implantação de uma nova carteira de investimento em logística, energia, infraestrutura social e urbana, combinando investimento público e, sobretudo, parcerias privadas. Vamos aprimorar os modelos de regulação do mercado, garantir que o mercado privado de crédito de longo prazo, por exemplo, se expanda. Garantir também que haja sustentação para os projetos de financiamento de grande vulto.