Líderes de seis países latinoamericanos protestaram contra o presidente Michel Temer durante a Assembleia-Geral da ONU (Organização das Nações Unidas). O presidente da Costa Rica, Luis Guillermo Solís, da Venezuela, Nicolás Maduro, do Equador, Rafael Correa, e da Nicarágua, Daniel Ortega abandonaram o plenário no momento em que Temer entrou para realizar seu primeiro discurso perante a instituição, em Nova York. Raúl Castro, de Cuba, e Evo Morales, da Bolívia, nem chegaram a entrar no local.
O Ministério das Relações Exteriores da Costa Rica afirmou em nota que foi decidido que não iriam escutar a mensagem do presidente do Brasil.
— Nossa decisão, soberana e individual, de não escutar a mensagem do senhor Michel Temer na Assembleia-Geral, obedece à nossa dúvida de que ante certas atitudes e atuações, se pretende ensinar sobre práticas democráticas.
Além disso, a nota fala que deram seguimento ao acontecimento por meio da embaixada do país no Brasil.
— Por meio de nossa embaixada nesse país demos seguimento aos acontecimentos, especialmente a certos atos de violência ocorridos posteriormente à conclusão do processo de 'impeachment'.
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A última vez em que o presidente da Costa Rica deixou o plenário da Assembleia-Geral como gesto de protesto foi durante discurso do ex-presidente do Irã Mahmoud Ahmadinejad, pelo fato de que ele negava a existência do Holocausto.
O ministro das Relações Exteriores, José Serra, disse não ter visto a saída dos presidentes do plenário.
— Estava na primeira fila, mas não me dei conta.
O chanceler minimizou o gesto e disse que seu impacto internacional é "próximo de zero". Serra ressaltou que a ONU tem quase 200 países membros e que os que protestaram não representam um número significativo.
A reação dos bolivarianos era previsível, disse o ministro, que manifestou surpresa em relação à posição da Costa Rica.
— Não sabia que a Costa Rica tinha essa posição. Vou olhar a nota e depois posso até comentar.