Ex-diretor da Petrobras deixa casa no Rio de Janeiro para depor à Justiça no Paraná
Paulo Roberto Costa comparecerá à Vara Federal em Curitiba no começo da tarde desta quarta
Brasil|Do R7, com informações do Estadão Conteúdo
O ex-diretor de Abastecimento da Petrobras Paulo Roberto Costa foi escoltado na manhã desta quarta-feira (8) por agentes da PF (Polícia Federal) do Rio de Janeiro para prestar depoimento em audiência na 13ª Vara de Justiça Federal, em Curitiba, no Paraná.
Costa está preso desde o começo do ano após a Operação Lava Jato, que desencadeou diversas denúncias envolvendo a Petrobras. Ele ainda assinou um acordo de delação premiada, que foi homologado pelo ministro Teori Zavascki, do STF (Supremo Tribunal Federal)
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Por motivos de segurança, a PF não comunica o horário da transferência nem o voo e aeroporto que serão usados na transferência do preso. Desde a semana passada o ex-diretor cumpre prisão em regime domiciliar utilizando tornozeleira eletrônica em sua residência no Rio de Janeiro.
Esta será a primeira audiência aberta sobre a principal ação penal relacionada à Operação Lava Jato em que Costa é obrigado a falar. Caso não retorne hoje, o ex-diretor passará a noite na carceragem da PF em Curitiba.
Apesar de não ser parte desse processo, ou seja, não ser citada como ré ou beneficiada, a Petrobras argumenta ser "parte interessada", por ter sido objeto de desvios e ações ilícitas, teria direito a acessar os documentos.
O ex-diretor não poderá permanecer calado, como fez em depoimento na Comissão Parlamentar Mista de Inquérito (CPMI) que investiga no Congresso as denúncias de corrupção na Petrobrás.
Entretanto, o depoimento pode ser adiado se a defesa de Paulo Roberto Costa solicitar, o que não aconteceu até o momento. O advogado que representa o ex-diretor, João Mastieri, afirmou que iria conversar nesta quarta com o juiz Sérgio Moro sobre o tema.
A previsão é de que o depoimento termine ainda nesta tarde e que o preso volte ainda hoje para sua casa.
Também citados nas investigações da Operação Lava Jato referentes à refinaria de Abreu e Lima, os sócios Márcio Bonilho e Murilo Barrios, solicitaram o adiamento da audiência. Ambos são empresários ligados ao Grupo Sanko, que teria participado do esquema de desvios de recursos da refinaria por meio de contratos superfaturados.
Segundo os advogados dos empresários, os depoimentos seriam prejudicados pois não houve tempo hábil para acessar os laudos técnicos sobre os desvios de recursos.
O pedido, entretanto, foi negado. De acordo com o Sérgio Moro, responsável pela ação, "não se justifica suspender o interrogatório apenas para aguardar eventual manifestação da defesa sobre o laudo". O juiz afirmou ainda que "o processo é uma marcha para frente e não se justifica sustá-lo sem um motivo concreto".