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Ex-executivo avisou Marcelo Odebrecht sobre risco de "suicídio" financeiro com propinas

Empreiteira gastou ilicitamente R$ 10 milhões em nove anos para comprar políticos

Brasil|Do R7, com Estadão Conteúdo

Alto volume de propina assustou até mesmo executivo
Alto volume de propina assustou até mesmo executivo Alto volume de propina assustou até mesmo executivo

O ex-executivo da Odebrecht Hilberto Mascarenhas disse em depoimento que advertiu em diversas circunstâncias o então presidente da empreiteira, Marcelo Odebrecht, sobre o risco de "suicídio" financeiro com os altos valores que a empresa desembolsava com propinas.

O departamento de operações estruturas, que cuidava dos repasses ilegais a políticos e chefiado por Mascarenhas, gastou US$ 3,39 bilhões (mais de R$ 10,64 bilhões na cotação atual) com propinas entre 2006 e 2014.

A planilha com os gastos foi apresentada tanto à PGR (Procuradoria-Geral da República) quanto ao TSE (Tribunal Superior Eleitoral).

Há documentação das seguintes quantias: em 2006: US$ 60 milhões; 2007: US$ 80 milhões; 2008: US$ 120 milhões; 2009: US$ 260 milhões; 2010: US$ 420 milhões; 2011: US$ 520 milhões; 2012: US$ 730 milhões; 2013: US$ 750 milhões e 2014: US$ 450 milhões.

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No depoimento à PGR, Mascarenhas diz: "Eu fui a Marcelo várias vezes... não tem condição. US$ 730 milhões, é mais de meio bilhão [de reais]. Nenhum mercado tem isso em disponibilidade de dinheiro por fora e nem tem como você operar isso. Isso aqui é suicídio".

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Hilberto Mascarenhas trabalhou na Odebrecht por 40 anos por "predomínio na área financeira". Em 2006, relatou, estava na tesouraria da Odebrecht S.A sem programa específico, quando foi "intimado" por Marcelo Odebrecht, que na época era o presidente da Construtora Norberto Odebrecht, para assumir a área de Operações Estruturadas, subordinada a ele.

O delator afirmou que "em princípio", relutou a aceitar o cargo "tendo em vista a grande exposição e risco" que o trabalho traria, mas "depois de alguma insistência", aceitou a proposta.

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Hilberto afirmou que haveria "remuneração e pelos benefícios que passaria a ter, tais como carro com motorista, apartamento em São Paulo para trabalho e passagem de volta a Salvador nos finais de semana", onde residia a família.

Segundo Hilberto, a área fazia duas formas de pagamentos: em espécie no Brasil e em depósito bancário em contas no exterior. Os repasses no País eram entregues em "pacotes/mala de dinheiro em locais predeterminados".

As transferências bancárias no exterior eram feitas a partir de offshores na não declaradas.

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