Ex-ministro da Previdência também é alvo de operação da PF
Carlos Gabas, que também comandou a Aviação Civil, foi alvo de busca e apreensão
Brasil|Do R7, em Brasília, com Christina Lemos, do Jornal da Record e Estadão Conteúdo
Carlos Gabas, ex-ministro da Previdência Social e da Secretaria de Aviação Civil no governo Dilma Rousseff, também foi alvo da operação Custo Brasil, iniciada pela PF (Polícia Federal) nesta quinta-feira (23) e que é desdobramento da Operação Lava Jato. Gabas foi alvo de busca e apreensão em sua residência em Brasília.
Inicialmente a Polícia Federal havia informado que ele teria sido levado para depor coercitivamente — quando o investigado é levado para depor e liberado, mas a informação foi negada pelo ex-ministro. Em coletiva, a PF esclareceu que o termo condução coercitiva não está sendo usado porque o juiz determinou depoimentos espontâneos. Gabas, portanto, teve o direito de não prestar esclarecimentos e permanecer calado.
Gabas foi ministro da Previdência Social durante os governos Lula e Dilma, ministro-chefe da SAC (Secretaria de Aviação Civil) do governo Dilma Rousseff,e já ocupou o cargo de secretário especial da Previdência Social depois que a pasta foi unida ao Ministério do Trabalho.
A Polícia Federal, em ação conjunta com o Ministério Público Federal e a Receita Federal do Brasil, deflagrou na manhã desta terça-feira (23), a Operação Custo Brasil para apurar o pagamento de propina, proveniente de contratos de prestação de serviços de informática, na ordem de R$ 100 milhões, entre os anos de 2010 e 2015, a pessoas ligadas a funcionários públicos e agentes públicos ligados ao Ministério do Planejamento, Orçamento e Gestão.
O ex-ministro Paulo Bernardo (Planejamento e Comunicações no governo Lula), marido da senador Gleisi Hoffmann (PT-PR), foi preso.
Estão sendo cumpridos 11 mandados de prisão preventiva, 40 mandados de busca e apreensão e 14 mandados de condução coercitiva nos estados de São Paulo, Paraná, Rio Grande do Sul, Pernambuco e Distrito Federal, todos expedidos, a pedido da PF, pela 6ª Vara Criminal Federal em São Paulo.
Os investigados responderão, de acordo com suas ações, pelos crimes de tráfico de influência, corrupção ativa, corrupção passiva, lavagem de dinheiro e organização criminosa, com penas de 2 a 12 anos de prisão.
Busca e apreensão
O ex-ministro Carlos Gabas esclareceu à repórter do Jornal da Record Christina Lemos, por telefone, que não foi alvo de condução coercitiva e não prestou depoimento. Informou que policiais federais estiveram em sua cada esta manhã com mandado de busca e apreensão, tendo levado documentos, HD de computador, I-pad e celulares.
Gabas também esclareceu que recebeu convocação para depor e que está à disposição da Justiça. Sua advogada está em contato com as autoridades competentes para definir data, hora e local do depoimento. Informou ainda que o ministério da Previdência, quando sob sua gestão, recusou os serviços oferecidos pela empresa investigada, uma vez que já dispunha dos mesmos serviços prestados pelo sistema público e "não havia sentido" contratar empresa privada.
O ex-ministrou informou também que ao saber pela imprensa de que seu nome havia sido citado pelo delator, buscou formalmente acesso à delaçäo, o que lhe foi negado mediante alegação de "não ser parte investigada". Por último, o ex-ministro Gabas reforça que encontra-se inteiramente à disposição da Justiça, sendo de seu "total interesse o imediato esclarecimento dos fatos".