O presidente nacional do PT, Rui Falcão, admitiu neste sábado (8) que filiados ao partido estão dispostos a arrecadar dinheiro para pagar as multas dos petistas condenados no processo do mensalão. De acordo com Falcão, ele mesmo está disposto a contribuir porque os réus julgados culpados pelo STF (Supremo Tribunal Federal) não têm dinheiro para arcar com a pena pecuniária.
— Se as multas forem mantidas, eu já ouvi manifestação de inúmeros companheiros que estão dispostos a se cotizar, porque os companheiros [condenados] não têm recursos para pagar essas multas totalmente desproporcionais aos crimes que lhes foram imputados.
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PT desiste de campanha pró-petistas condenados pelo mensalão
As declarações foram dadas durante o último dia de reunião do Diretório Nacional do PT, que acontece em Brasília.
Entre os condenados que devem pagar multa como pena pelos delitos do mensalão estão o ex-ministro da Casa Civil, José Dirceu, o ex-presidente do partido, José Genoino, e o deputado federal João Paulo Cunha (PT-SP). Os três foram considerados culpados por crimes como corrupção e formação de quadrilha, em ações de compra e venda de votos na Câmara dos Deputados durante a gestão Lula.
"Nós não vemos nenhum crime infamante"
O presidente do partido voltou a afirmar que o PT não reconhece o esquema de propina no Congresso, chamado de mensalão, e que os petistas foram condenados injustamente. Segundo Rui Falcão, mesmo que o Estatuto da legenda determine a expulsão de filiados condenados “por crime infamante ou por práticas administrativas ilícitas”, todos serão mantidos no partido.
— Nós não vemos nenhum crime infamante, que é o que diz o Estatuto, e questionamos o caráter político do julgamento do mensalão, porque consideramos que não houve compras de votos nem tampouco aplicação de recursos públicos.
Com esse posicionamento, o PT reafirma o apoio aos condenados no mensalão e garante a eles todos os direitos partidários.
Dirceu frustrado
Nota publicada no jornal O Globo deste sábado (8) informa que o ex-ministro da Casa Civil, José Dirceu, condenado a dez anos e dez meses no mensalão, ficou frustrado com a decisão do PT de não oficializar os protestos contra o Supremo.
No entanto, a assessoria do partido nega as informações e afirma que Dirceu também se posicionou contra a proposta. A reunião do Diretório Nacional será encerrada neste sábado (8).
Representantes do partido estão reunidos durante toda a questão para debater assuntos como o cronograma do PED (Processo de Eleição Direta) do PT, que ocorrerá em todas as esferas — nacional, estadual e municipal — em novembro do ano que vem. Além disso, há a discussão sobre a realização do Congresso Nacional do partido, também em 2013, e as comemorações do aniversário da legenda.