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Governo federal exonera aliado de Temer da presidência da Funasa

Henrique Pires diz que foi demitido por não atender pedido de ministro, também do PMDB

Brasil|Do R7, com Agência Estado

Imagem mostra reunião entre o ex-ministro da Saúde Arthur Chioro (esq.) e Henrique Pires
Imagem mostra reunião entre o ex-ministro da Saúde Arthur Chioro (esq.) e Henrique Pires Imagem mostra reunião entre o ex-ministro da Saúde Arthur Chioro (esq.) e Henrique Pires

A cinco dias da reunião do diretório nacional que definirá se o PMDB desembarcará ou não do governo federal, um aliado do vice-presidente da República e presidente nacional do partido, Michel Temer, foi exonerado pelo governo Dilma Rousseff.

Antonio Henrique de Carvalho Pires foi demitido do cargo de presidente da Funasa (Fundação Nacional da Saúde). A exoneração foi publicada no Diário Oficial da União desta quinta-feira (24), assinada pela ministra da Casa Civil Eva Maria Cella Dal Chiavon, que substitui o ex-presidente Lula no cargo.

A Funasa é subordinada ao ministério da Saúde, pasta comandada por Marcelo Castro (PMDB-PI), que defendeu nesta quarta-feira (23) a permanência de seu partido no governo.

"É hora de um esforço maior para permanecer no governo e ajudar na governabilidade”, afirmou Castro durante entrevista no Palácio do Planalto, depois de anunciar recursos para o combate ao Aedes aegypti.

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O Ministério da Saúde informou ao R7, por meio de sua assessoria de imprensa, que a decisão foi do Palácio do Planalto. A posição oficial do ministério é que a mudança ocorreu em razão de "conflitos internos" relacionados à gestão da Funasa. Ao não encontrar uma solução para esses conflitos, o Planalto então decidiu pela exoneração de Pires. Ele foi substituído, interinamente, por Márcio Endles Lima Vale, atual diretor administrativo da Funasa.

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Ex-presidente da Funasa cita pressões no cargo

Em entrevista hoje ao jornal O Estado de S. Paulo, Pires declarou que foi demitido por não aceitar um pedido para trocar coordenadores da instituição.

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Ele disse que foi procurado pelo ministro Marcelo Castro, há cerca de um mês, para que fizesse as trocas. A intenção seria abrir espaço para indicações do PTN e do PMB.

Ainda de acordo com Pires, que comandava a fundação desde 2014, ele foi abordado novamente sobre o assunto nesta semana, mas por Giles Azevedo, assessor especial da Presidência da República.

— Terça-feira, fui chamado ao Palácio mais uma vez e disse: "Olhe, vamos aproveitar este ponto de não concordância e vocês já trocam o presidente também. O cargo é do governo, está à disposição. Não aceito ficar numa situação dessas". [Eu] disse [isso] ao Giles. Já tinha dito ao ministro Marcelo Castro também. Está com mais de um mês que eu tinha dito a ele também.

O agora ex-presidente da Funasa afirmou an entrevista que as alterações eram para atender ao PTN, que nos últimos 30 dias passou de quatro para 13 deputados, e ao PMB, que minguou de 22 para apenas um deputado.

Pires insinuou que as mudanças teriam a ver com a comissão especial que analisa o pedido de impeachment da presidente Dilma Rousseff na Câmara dos Deputados, já que ambos os partidos possuem voto na comissão.

— Há mais de um mês, o governo vinha insistindo para que a gente trocasse algumas coordenações-gerais, que são coordenações, como financeira, de contratos, para poder atender outro partido. [Eu] Dizia que não tem condições, que o presidente sou eu, o CPF é o meu. Então, não tinha como fazer as mudanças. Que arrumassem pelo menos servidores públicos e não pessoas que nunca exerceram o serviço público para atender partideco A ou B.

Antonio Henrique Pires afirmou que não é a primeira vez que pediram a ele para fazer trocas com viés político.

— Houve mudanças drásticas no ano passado. Tiraram duas diretorias do PMDB para atender o PT e o PT do B.

Segundo informações de bastidores da Agência Estado, peemedebistas avaliaram a exoneração do aliado de Michel Temer como uma "provocação".

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