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Grupo de trabalho da reforma política vai propor voto facultativo e teto de gastos na campanha

A cada eleição, Congresso vai definir limite, e partido decidirá como vai cumprir a meta

Brasil|Da Agência Câmara

Proposta de reforma política do grupo poderá ser discutida no plenário da Câmara já em novembro, segundo deputado Vaccarezza
Proposta de reforma política do grupo poderá ser discutida no plenário da Câmara já em novembro, segundo deputado Vaccarezza

O grupo de trabalho de reforma política da Câmara dos Deputados decidiu, nesta quinta-feira (24), que vai apresentar proposta para que o voto deixe de ser obrigatório no Brasil, além de uma proposta para criar teto de despesa para a campanha eleitoral.

Esse teto será definido em lei pelo Congresso Nacional e cada partido poderá optar pelo modo de cumprimento do teto, se por financiamento privado, misto ou público. Os textos ainda serão apresentados formalmente pelo grupo à Câmara e só depois passarão a tramitar.

O grupo de trabalho optou por acatar proposta do deputado Miro Teixeira (PROS-RJ), que basicamente defendeu o cumprimento da Lei Eleitoral de 1997, que estabelece normas para as eleições. A legislação atual já prevê que o Congresso Nacional fixe, em lei, teto de despesa para campanha a cada ano eleitoral, porém essa norma não é cumprida.

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Conforme a proposta, além de definir teto geral de despesa, o Congresso também definirá um valor máximo para as doações, em reais. Hoje, o teto de doações é de 2% do faturamento da pessoa jurídica e 10% do rendimento da pessoa física. Segundo ele, a intenção é que uma empresa grande tenha o mesmo limite de doação que uma empresa pequena.

O grupo vai propor ainda que a arrecadação, seja de pessoa física ou de jurídica, só poderá ocorrer depois que esse teto for definido em lei.


Além disso, o grupo acatou proposta do deputado Alfredo Sirkis (PSB-RJ), segundo a qual as doações de pessoas físicas poderão ocorrer apenas diretamente para candidato. Já as empresas, de acordo com a proposta, doarão somente para os partidos. Foi rejeitada pelo grupo proposta de proibir doações de empresa.

Votação em Plenário


O coordenador do grupo de trabalho, deputado Cândido Vaccarezza (PT-SP), afirmou que a proposta de reforma política do grupo poderá ser discutida diretamente em plenário, já em novembro, conforme acertado em reunião dele com o presidente da Câmara, deputado Henrique Eduardo Alves.

Vaccarezza informou ainda que, na próxima quinta-feira (31), ocorrerá a última reunião do grupo, quando será discutida a versão preliminar da PEC (Proposta de Emenda a Constituição) resultante das deliberações ocorridas no grupo.

Além disso, o grupo vai discutir novamente a duração dos mandatos, definida inicialmente em cinco anos, sem reeleição. Faltava apenas o grupo decidir o tempo de mandato dos senadores.

Porém, o deputado Espiridião Amin (PP-SC) pediu que a questão fosse votada novamente, o que foi acatado por Vaccarezza. O deputado Marcelo Castro (PMDB-PI) protestou e se retirou da reunião.

Proposta popular

A deputada Luiza Erundina (PSB-SP) defendeu que seja votada pela Câmara a proposta de reforma política de iniciativa popular, já em tramitação (Projeto de Lei 6316/13). Cerca de 300 mil assinaturas foram recolhidas em apoio ao texto.

— Uma das queixas da sociedade é exatamente o descompasso entre o que é discutido Câmara e na sociedade civil. A proposta prevê o financiamento público exclusivo de campanha e proíbe doações de empresas.

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