Jornalista da Record TV diz que é vigiado 24 horas por policiais venezuelanos
Leandro Stoliar conversou com o R7 e relatou os momentos de tensão que vive no país
Brasil|Andrezza Pugliesi, do R7
Leandro Stoliar, repórter da Record TV, que foi preso na Venezuela com o cinegrafista Gilson Souza conversou com a reportagem do R7 neste domingo (12), e falou sobre os momentos de tensão que enfrenta no país. Questionado sobre o motivo da dentenção, o jornalista disse que não sabe ao certo o que aconteceu. Ao ser confinado, eles foram fichados e interrogados.
Ao contrário do que foi noticiado, Leandro falou que apesar de não estar numa cadeia, é vigiado 24 horas, inclusive quando vai ao banheiro.
— Se você nao poder ir e vir, não tiver acesso a comunicação quando quer, estiver acompanhado por um policial até no banheiro, você se consideraria presa?
A equipe da Record TV foi detida enquanto gravava uma matéria nos arredores da ponte Nigale sobre o Lago Maracaibo, uma obra iniciada em 2005 por Hugo Chávez (morto em 2013) e que até hoje não foi concluída. A matéria tem relação com as supostas propinas pagas pela Odebrecht em território venezuelano.
De acordo com Leandro, eles estão no Serviço Bolivariano de Inteligência Nacional (Sebin), e esperam autorização para voltar ao Brasil. "Estamos aguardando o voo fretado pelo governo para Caracas". Mas, que não há previsão para isso acontecer.
— Cada hora eles falam uma coisa pra confundir a nossa cabeça e fazer um terror psicológico.
No momento da detenção, Leandro disse que "ficou com medo de permanecer preso". O repórter destacou que as imagens e vídeos das obras foram recolhidos pelas autoridades locais, e que eles ficaram sem comunicação. Após ter acesso ao celular, Leandro disse que entrou em contato com a família.
Stoliar ainda contou que ele e Gilson Souza passaram a noite no lobby de um hotel pois não havia quartos disponíveis, mas que foram alimentados e receberam um bom atendimento.
Leandro destacou ainda que as autoridades brasileiras deram assistência mesmo não havendo representação diplomática em Maracaibo. "Eles ligaram para as autoridades venezuelanas para nos soltar".
Recentemente, a Odebrecht admitiu ter pago R$ 2,4 bilhões (US$ 788 milhões) em propina a funcionários do governo, representantes e partidos políticos do Brasil e de outros 11 países, entre 2001 e 2016.