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'Jucá era meu principal interlocutor no Congresso', diz lobista da Odebrecht

Em delação, Claudio Melo Filho relatou ter pago R$ 20 milhões para o líder do PMDB

Brasil|Do R7

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Jucá tem, ao lado do senador Aécio Neves, o maior número de inquéritos na Lista de Fachin
Jucá tem, ao lado do senador Aécio Neves, o maior número de inquéritos na Lista de Fachin

O lobista da Odebrecht no Congresso, Claudio Melo Filho, detalhou à força-tarefa da Operação Lava Jato em um de seus anexos de delação, entregues à PGR (Procuradoria-Geral da República) o papel central do senador Romero Jucá como representante do PMDB na distribuição de recursos não contabilizados e detalhou sua "intensa agenda legislativa lidera e patrocinada" em favor do grupo.

— Romero Jucá era o meu principal interlocutor no Congresso Nacional. O relevo da sua figura pode ser medido por dois fatos objetivos: a intensidade da sua devoção aos pleitos que era do nosso interesse e o elevado valor dos pagamentos financeiros que foram feitos ao senador ao longo dos anos.


Nesse anexo, o Melo Filho diz ter pago R$ 20 milhões para Jucá, líder do governo Michel Temer no Senado e presidente nacional do PMDB, e detalhou ainda as medidas provisórias, projetos e outros itens que tiveram atuação do senador em favor da Odebrecht.

— Pelo menos no que toca a Odebrecht, nos temas afetos a mim, a importância de Romero Jucá no PMDB transcendia a mera liderança política, pois ele concentrava a arrecadação e distribuição dos recursos destinados ao partido.


Jucá, ao lado do presidente nacional do PSDB, senador Aécio Neves (MG), tem o maior número de inquéritos na Lista de Fachin, cinco cada.

Odebrecht cita R$ 451 milhões para políticos investigados


O peemedebista afirmou que está "a disposição" e ainda que criou-se uma "calúnia coletiva". "O que está em xeque, o que está em discussão, o que está sendo passado a limpo, é o modelo político", disse afirmando que o partido "vai responder com toda tranquilidade" as investigações.

O delator registrou em seu anexo que "ao longo dos anos que mantive interlocução com o senador Romero Jucá, participei de pagamentos a ele que hoje superam R$ 22 milhões. Como tive conhecimento, esses valores eram centralizados no senador Romero Jucá e posteriormente redistribuído dentro de seu grupo no PMDB".


Segundo Jucá, o modelo era contatar empresas e pedir doações, sem saber a origem dos recursos, e que elas doavam "movidas por diversos interesses", tudo dentro da legislação vigente. "Você não ia falar com a empresa e perguntar se o dinheiro era do lucro liquido legal da empresa ou é do lucro em cima de uma obra superfaturada? Alguém perguntou isso a uma empresa na história política do Brasil? Não."

No depoimento prestado aos procuradores da Lava Jato, Melo Filho detalhou ainda a atuação de Jucá em nome do senador Renan Calheiros (PMDB-AL), outro alvo das investigações abertas à partir da Lista de Fachin.

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