Logo R7.com
Logo do PlayPlus
Notícias R7 – Brasil, mundo, saúde, política, empregos e mais

Líder da Lava Jato sobre Moro: ‘Não votaria em você para presidente’

Carlos Lima defende que candidato deve passar por ‘série de funis’

Brasil|Gustavo Basso, do R7

Lima: 'Abrimos uma caixa de Pandora' com a Lava Jato
Lima: 'Abrimos uma caixa de Pandora' com a Lava Jato

O procurador da República e um dos líderes da força-tarefa da Lava Jato em Curitiba (PR) Carlos Fernando dos Santos Lima disse, nesta segunda-feira (14), durante evento em São Paulo que costuma brincar com o juiz Sérgio Moro, da 13ª Vara Federal, sobre a disputa à Presidência da República.

— Eu sempre brinco com o Dr. Moro [Sergio Moro, juiz da Lava Jato]: Gosto muito de você, mas não votaria em você para presidente. Não basta ser juiz ou procurador, tem que passar por uma série de funis da sociedade.

Lima afirmou ainda que o juiz federal é "muito suave com as mulheres" investigadas e acusadas na Lava Jato. Por isso, disse acreditar que "o TRF-4 [Tribunal Regional Federal da 4ª Região] vá reverter o caso da Claudia Cruz."

Sobre as delações premiadas, o procurador fez uma comparação com o casamento: "Negociar um acordo de delação é como casamento: as vezes vc até dorme no sofá, mas não se separa". Lima também aproveitou para exaltar o trabalho do MPF (Ministério Público Federal) nas investigações.


— Com a Lava Jato, nós abrimos uma caixa de Pandora que nem mesmo nós esperávamos. Todo brasileiro desconfiava, mas ninguém imaginava a gravidade do que foi descoberto. E uma das origens disso é um sistema político caro e dependente.

O promotor aproveitou ainda para criticar a proposta de reforma política.


— O Congresso quer criar um fundo para financiamento de campanha. Em uma República mais consolidada eu concordaria, mas no nosso caso não acho que seja positivo.

Para Lima, os deputados não estariam interessados em reduzir os custos das campanhas, o que poderia ajudar a evitar a questão do financiamento.


Lima comentou ainda o cenário político para a eleição presidencial de 2018. Para ele, existe o risco de a corrupção não ser minimizada sem a mudança nas bases políticas do País.

— Se o presidente tiver que governar em um sistema de coalizão, como existe hoje, ele vai reincidir nos mesmos problemas. Não tenho dúvida de que precisamos de uma renovação extraordinária no ano que vem, e não só nas pessoas, mas no modo de atuação. Eu acredito na democracia. Os EUA levaram 30 anos para a transição de um sistema corrupto para um sistema limpo, e acho que levaremos isso, nas próximas eleições.

O procurador federal participa hoje do 4º Fórum de Compliance, promovido pela Câmara Americana de Comércio, na zona sul da capital paulista. Participam do encontro executivos de multinacionais, como a Siemens, que fez recentemente um acordo de leniência, e professores da Universidade de Columbia (EUA).

Últimas


Utilizamos cookies e tecnologia para aprimorar sua experiência de navegação de acordo com oAviso de Privacidade.