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Lista da Lava Jato vai prejudicar aprovação de projetos a favor do governo, dizem analistas

Presença dos presidentes da Câmara e do Senado deve dificultar relações entre os poderes

Brasil|Alexandre Garcia, do R7

Saiba quem são os nomes entregues ao STF para serem investigados na operação Lava Jato
Saiba quem são os nomes entregues ao STF para serem investigados na operação Lava Jato Saiba quem são os nomes entregues ao STF para serem investigados na operação Lava Jato

A divulgação do nome dos políticos que serão investigados pelo suposto esquema de corrupção na Petrobras deve prejudicar ainda mais a passagem dos projetos favoráveis ao governo na Câmara no Senado. De acordo com especialistas consultados pelo R7, isso deve acontecer pela presença de políticos importantes das duas casas na lista.

O cientista político Cristiano Noronha avalia que a aparição dos presidentes do Senado, Renan Calheiros (PMDB-AL), e da Câmara dos Deputados, Eduardo Cunha (PMDB-RJ), entre nomes citados nas delações premiadas vai prejudicar as relações governistas.

— Isso vai acabar resultando em consequências negativas para o governo, no sentido de aprovação de matérias importantes e da estabilidade no ambiente político, o que dificulta o governo a tranquilizar e acalmar a situação.

Noronha explica que, em um primeiro momento, o argumento para que Cunha e Calheiros se mantenham nos cargos é o de que a lista é referente a apenas uma instauração de inquérito, o que não os considera culpados. No entanto, ele afirma que “a pressão tende a existir”.

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— Existe agora um elemento muito sério, que tumultua ainda mais o ambiente político.

O analista político da CAC Consultoria, César Alexandre Carvalho, pensa da mesma forma que Noronha. Para ele, o envolvimento vai “pesar no ambiente político” e “causar um problema na relação entre os poderes”.

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— [A divulgação da lista] vai aumentar ainda mais as fragilidades do governo Dilma com o Legislativo (...) Tirando o Anastasia (PSDB-MG), você tem só nomes da base governista. Não há como o governo fugir.

Para Carvalho, a popularidade da presidente pode cair, caso os problemas com a aprovação dos projetos sejam confirmados. O analista avalia que isso deve preocupar a base aliada devido à proximidade das eleições municipais.

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— As corridas eleitorais estão sendo antecipadas, as brigas já começam em breve e você tem um quadro muito delicado para a presidente Dilma. Já não passa a ser só uma crise econômica. Passa a existir também uma crise política onde o Executivo está cada vez mais isolado perante aos aliados.

Ajuste fiscal

A implementação do ajuste fiscal, tida como uma das prioridades do governo pera retomar o crescimento econômico ainda neste ano, deve ser dificultada pela divulgação da lista. Carvalho acredita que as possíveis desavenças vão fazer com que o governo repense a melhor forma de conseguir que as medidas sejam aprovadas.

— Não vai ser fácil. Pelo contrário, vai ser muito difícil, porque o governo vai ter que agradar os aliados de alguma forma, seja com a aprovação de emendas ou com a liberação de cargos comissionados.

Segundo Noronha, a proximidade da aprovação do ajuste fiscal é muito ruim para o governo que precisará de apoio do Congresso.

— A gente tem dois meses e meio para o Congresso concluir parte do ajuste fiscal que são temas polêmicos.

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