Manifestação contra o governo leva 1,4 milhão à Paulista, diz PM
Organizadores falam em ao menos 2 milhões nas ruas; protestos ocorreram em todo o País
Brasil|Caroline Apple e Juca Guimarães, do R7*
O protesto contra o governo realizado neste domingo (13) em São Paulo reuniu 1,4 milhão de pessoas, segundo balanço da Polícia Militar. Para o Datafolha, 500 mil pessoas participaram do ato — dado parcial indicava 450 mil. Com esses números, o ato de hoje é o maior realizado desde o início dos protestos contra a corrupção.
Para o Datafolha, a manifestação é também a maior já realizada na cidade — superando o ato pelas Diretas Já, de 1984. O movimento Vem Pra Rua anunciou estimativa de que 2,5 milhões de manifestantes participam de ato.
Ainda de acordo com a PM, outras 400 mil pessoas foram às ruas no Estado, totalizando 1,8 milhão de manifestantes em São Paulo. Não houve nenhuma ocorrência grave, sendo registrados dois furtos de celular e um desacato.
Por volta das 17h, a Polícia Militar restringiu o acesso de pessoas à avenida Paulista. A justificativa é a de que há excesso de pessoas no local e, por isso, está sendo priorizada a segurança dos manifestantes.
Por volta das 12h, os manifestantes começaram a chegar na avenida.O clima nesta tarde é tranquilo e há a presença de famílias, crianças, idosos. A maior parte das pessoas veste verde e amarelo ou carrega a Bandeira Nacional. Os manifestantes ocupam a via que, aos domingos, costuma ser fechada aos carros e usada como rua de lazer.
Dois bonecos infláveis gigantes, um representando Dilma e outro o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva em roupas de presidiário, foram instalados no centro da avenida. Nos acessos à via, ambulantes vendem réplicas do boneco e bandeiras do Brasil.
Diversos políticos e opositores do governo marcaram presença no ato deste domingo como Marta Suplicy, João Doria Jr., Bruno Covas, Ronaldo Caiado, entre outros, além do governador de São Paulo, Geraldo Alckmin, e do senador Aécio Neves. Os dois chegaram juntos ao ato sob vaias e gritos de "corruptos". Houve confusão e empurra-empurra. Na Paulista, há faixas de crítica ao governador tucano e reclamações sobre a situação da merenda nas escolas estaduais paulistas.
Manifestações acontecem em diversas cidades do País. Veja imagens
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Além disso, muitos manifestantes criticam Lula. Faixas e cartazes pedem a prisão do ex-presidente e até mesmo um pedalinho foi levado para a avenida em referência à investigação sobre o sítio de Atibaia frequentado por Lula.
Em toda a região, há vendedores ambulantes espalhados pelos quarteirões. Alguns colocaram até cordas nos postes para exibir os produtos, vendidos livremente.
A Polícia Militar está presente com um grande contingente, inclusive dois veículos blindados na altura da rua da Consolação. A Fiesp (Federação das Indústrias de São Paulo) levou um pato inflável gigante e está distribuindo balões amarelos como protesto contra a alta carga tributária.
Outras manifestações
Os atos contra o governo e em defesa da Operação Lava Jato começaram cedo em algumas capitais e já se encerraram no começo desta tarde. Em Brasília, Recife, Salvador, Belo Horizonte e Maceió as manifestações já terminaram.
Veja o público estimado por capital:
— Brasília 100 mil (PM) e 200 mil (organizadores)
— Rio de Janeiro 200 mil (organizadores); PM não estimou
— Belo Horizonte 30 mil (PM) e 40 mil (organizadores)
— Salvador 20 mil (PM) e 25 mil (organizadores)
— São Luís 4.000 (PM) e 5.000 (organizadores)
— Maceió 25 mil (PM) e 40 mil (organizadores)
— Belém 50 mil (organizadores); PM não estimou
— Recife 150 mil (organizadores); PM não estimou
Manifestações acontecem em diversas cidades do País. Veja imagens
*Com informações da Agência Brasil e Agência Estado