A candidata do PMDB à Prefeitura de São Paulo, Marta Suplicy, minimizou nesta quinta-feira (28) as críticas feitas pelo seu vice na chapa, Andrea Matarazzo (PSD), que vai concorrer ao posto nas eleições municipais de outubro. A ex-petista disse ainda que não fala com o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva faz anos e apontou o maior erro da carreira política dele.
Marta participou da sabatina do jornal Folha de S.Paulo, do UOL e do SBT hoje. No passado, Andre Matarazzo disse, por exemplo, que a gestão Marta na prefeitura paulista havia sido “nefasta” e que era “mais fácil piano voar” que ser vice da peemedebista. Sobre as declarações, Marta disse que “as críticas são feitas na emoção”.
— Eu entendo a posição dele de adversário. A parte emocional influi muito nesse momento, não só racional. [...] Tem muita convergência para a cidade de projetos, de ideias, de avaliações. Isso será algo muito além do que é uma aliança aqui em São Paulo. É uma aliança para a cidade. Os dois percebemos que a aliança seria vencedora para a cidade.
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Sobre Lula, Marta disse que não conversa com o ex-presidente desde meses antes da escolha de Dilma para disputar a reeleição, em 2014, quando defendia o retorno do ex-metalúrgico à disputa eleitoral. Questionada sobre o maior erro dele na carreira, foi clara: “Escolher a Dilma [para disputar a Presidência] e escolher o Haddad [para disputar a Prefeitura]”.
PT
Marta voltou a afirmar que se sentiu traída no PT, o que a motivou a trocar de partido e migrar para o PMDB.
— O PT tem três tesoureiros presos e decepcionou muitos dos eleitores. Me senti traída. Não é só o motivo da corrupção, mas também porque ajudei a construir esse partido. [...] Não tem nenhum grande partido no Brasil que não tenha membros envolvidos com corrupção.
Veja outros assuntos sobre os quais Marta opinou:
Marginais e a velocidade
— Não acho que necessariamente que a mudança na velocidade levou à diminuição de mortes. Agora, na marginal, temos algumas favelas [...] Tem que ter um radar, mas que seja mais educativo que punitivo. Parece que é um radar para arrecadar.
Privatizações
Sobre corredores de ônibus: "O corredor de ônibus é concretado, é caro de fazer na cidade. Quem investe em uma PPP, ele quer um retorno. Qual retorno que ele quer que seja dado? A propaganda? [...] Não tem um conhecimento profundo da cidade. Daqui a pouco ele privatiza a avenida Brasil, não sei. Como alguém propõe isso? Daí pensei: será que não é para pagar pedágio? Isso é estragar todo o transporte público de ônibus".
Sobre o Pacaembu: "[O estádio] é um monumento da cidade de São Paulo. Não dá para ser privatizado, mas ele tem que ser melhor aproveitado. Faria algo para crianças, para esportes de alto rendimento.
Sobre o autódromo de Interlagos: "Interlagos, o autódromo, podemos avaliar se pode ser privatizado. O autódromo não é necessariamente algo que a prefeitura tenha que manter".
Ciclovias
Marta disse gostar "das ciclovias, faz parte de uma cidade moderna".
— Mas acredito que foi feito sem critério, sem planejamento, com parte da cidade irritada e parte da cidade contente. [...] Vamos ter que rever. [...] Na periferia tem muito poucas e, na periferia, é “ciclotinta”.
GCM (Guarda Civil Metropolitana)
"A guarda tem que fazer um papel na porta das escolas, para impedir o bandido de se aproximar das crianças. [...] Hoje é uma polícia militar paralela".
Apelido de Martaxa
Marta disse se arrependar da criação de taxas quando foi prefeita da capital paulista. A peemedebista disse que foi uma opção errada que ela fez e disse que, se eleita, não vai aumentar taxas".
Cassação de Eduardo Cunha
Questionada se votaria pela cassação do mandato do deputado federal Eduardo Cunha (PMDB-RJ) se fosse colega de Casa, Marta disse que sim.
— Votaria a favor, como toda a população brasileira, é quase uma unanimidade.
Palanque com Temer
Marta disse que gostaria de ter Temer em seu palanque, mas disse entender sua ausência porque ele é "presidente da República". Temer já disse que não pretende subir em palanques eleitorais nas Eleições 2016, especialmente no primeiro turno, a fim de não desagradar os partidos que compõe a sua base de governo.