Kim Kataguiri discursa em manifestação contra Dilma
Fabio Braga/15.03.2015/FolhapressO MBL (Movimento Brasil Livre) pretende realizar uma nova manifestação contra o governo da presidente Dilma Rousseff no dia em que a Câmara levar à plenário a votação a respeito do impeachment.
Embora o ato deva se concentrar em Brasília, em frente ao Congresso, o movimento também estuda espalhar telões pelas capitais para que a votação possa ser acompanhada por quem estiver na rua.
O plano foi revelado ao R7 nesta quarta-feira (30) por Kim Kataguiri, coordenador nacional do MBL. Até o dia da votação, que deve ser em meados de abril, ele afirma que o movimento vai se concentrar em tentar fazer com que os parlamentares se posicionem em relação ao impeachment.
— Por ora, nos concentramos em Brasília, com os deputados. Estamos exigindo declarações e fazendo a contabilidade de quantos deputados se posicionam a favor do impeachment publicamente.
Fascistas
Questionado sobre os episódios recentes de agressões contra pessoas que vestem vermelho por parte de grupos que têm protestado contra a corrupção, Kataguiri foi enfático:
— Eu acho um absurdo. Em primeiro lugar, a cor da roupa não significa que a pessoa defenda determinada ideologia. Pressupor isso é absurdo. Em segundo lugar, você não bate nas pessoas porque você discorda delas. Isso é uma atitude de fascista. Não é uma coisa própria de pessoas que respeitam o regime democrático.
Eleições
O coordenador do MBL confirmou ainda que o movimento pretende lançar candidatos a Prefeituras e a cadeiras em Câmaras Municipais nas eleições deste ano.
— O nosso projeto a longo prazo é que a gente crie bancadas suprapartidárias que defendam os ideais e os valores do movimento. No ano passado, a gente fez o nosso primeiro congresso. E tudo que foi votado ali vai ser transformado em uma plataforma que vai servir de base para os candidatos do movimento. A ideia é ter em diversos partidos, principalmente nos partidos de oposição, pessoas que defendam os nossos valores. Assim como em Brasília há a bancada LGBT, a bancada evangélica, a ideia é ter a bancada Liberal.
Kataguiri afirma que, no caso da campanha às prefeituras, o foco do movimento será nas cidades do interior paulista.
— Vamos concorrer em Vinhedo e Jundiaí. Estamos estudando lançar candidato em Indaiatuba também. Nossa ideia é criar cidades modelo. Tanto nas Prefeituras como nas Câmaras, queremos mostrar que nossa gestão dá certo, que nossos ideais na prática dão certo.
Kataguiri, porém, afirmou que ele mesmo não se lançará candidato. Fernando Holliday, outro expoente do movimento, deve tentar uma vaga na Câmara Municipal de São Paulo pelo DEM.
Marina Silva
Kataguiri também se defendeu das críticas recebidas pelo movimento após o MBL compartilhar, em sua página no Facebook, um post com os dizeres “A gente não fez tudo isso pra você ir lá e votar na Marina Silva em 2018”.
— Não é uma questão de escolha de candidatos. A nossa principal crítica à Marina Silva é em relação ao impeachment. Durante muito tempo, ela se negou a se posicionar sobre isso. Recebeu na Rede, partido dela, parlamentares como Alessandro Molon e o Randolfe Rodrigues, que chamam o impeachment de golpe. E ela tem essa obsessão em defender a saída pelo TSE [o tribunal analisa pedido de cassação da chapa que elegeu Dilma e Michel Temer].
Kataguiri afirmou que o processo no TSE é muito lento e que, provavelmente, só resultaria na queda da presidente em 2018. Ele também disse considerar que o pedido de impeachment que tramita na Câmara está melhor embasado do que o pedido de cassação da chapa no tribunal.
— Hoje, a gente tem vários indícios de que a campanha da Dilma recebeu dinheiro ilegal, mas prova mesmo a gente tem para crime de responsabilidade. A gente não tem nenhum recibo que comprove essa questão que está sendo levada pelo TSE. Então, não acho que, juridicamente falando, [o pedido de cassação no TSE] seja mais sólido [que o pedido de impeachment que tramita na Câmara].
Veja também entrevista de Kim Kataguiri para o Jornal da Record News: