Juca Ferreira participou nesta quinta de bate-papo com internautas
Fernando Zamora/18.12.2014/Futura Press/Estadão Conteúdo
O ministro da Cultura demonstrou nesta quinta-feira (29) ter superado desavenças com administrações anteriores e prometeu dar continuidade a projetos de seus antecessores na pasta. Juca Ferreira participou de um bate-papo com os internautas, transmitido ao vivo pelo R7, e prometeu incrementar o Vale-Cultura, implementado enquanto sua adversária política Marta Suplicy esteve à frente do Ministério.
O Vale-Cultura foi criado para facilitar o acesso a atividades culturais de trabalhadores que ganham até cinco salários mínimos (R$ 3.940). Cada trabalhador cadastrado no programa teria direito a R$ 50 para o ingresso de peças teatrais, cinemas, comprar livros e CDs e consumir outros produtos culturais. Para Juca, as dificuldades sofridas são naturais a qualquer começo de projeto.
“O Vale-Refeição, que serviu de referência, também teve muita dificuldade no início. O Brasil teve de corrigir uma série de situação. O Vale-Cultura foi pensado quando nós percebemos que o acesso à cultura ainda é muito restrito no Brasil”, disse Juca, em pergunta feita por internautas do R7. “Todos os indícios são de que o consumo cultural precisa ser incentivado. A cultura tem que entrar em um processo de qualificação do Brasil, mas também parte do preço de um espetáculo.”
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Assim que foi anunciado como ministro da Cultura do segundo mandato de Dilma Rousseff, Juca recebeu duras críticas de Marta. A ex-ministra disse que a população brasileira não fazia “ideia dos desmandos que este senhor promoveu à frente da Cultura brasileira”. Juca evitou rebater e nesta quinta disse apenas que “as desavenças fazem parte da vida também.”
Lei Rouanet
O ministro só foi duro mesmo com o atual modelo da Lei Rouanet. Segundo Juca, “ela é um engodo”. “É preciso ter coragem para modificar a lei de fomento no Brasil. Estamos aprofundado as desigualdades.”
Juca citou ainda as necessidades de cortes no orçamento pedido pela presidente Dilma Rousseff na última terça (27), na primeira reunião ministerial, na Granja do Torto, em Brasília. Para o ministro os cortes são ajustes necessários, mas é preciso ter cuidado com a promoção do acesso à cultura.
“O governo determinou a necessidade de realinhar as contas publicas com o momento em que estamos vivendo. A crise mundial chegou ao Brasil. No caso da cultura, é preciso ter sensibilidade e carinho. Somos solidários com o momento em que o Brasil está vivendo, mas estamos trabalhando este mínimo que precisamos para realizar essas ações”, disse.