O líder do governo na Câmara dos Deputados, José Guimarães (PT-CE), afirmou nesta segunda-feira (21) que apesar da crise política e econômica, 2015 “não foi um ano perdido”. O deputado apresentou um balanço da liderança do governo na Casa neste ano e se mostrou otimista em relação ao próximo ano. — Nós tivemos um ano de muita produção legislativa. Votamos todas as matérias de interesse do governo. Só de Medidas Provisórias foram 28, a maior parte delas diz respeito ao ajuste. Para ele, a crise política não pode mais interferir na economia. Guimarães disse que “não tem como 2016 ser pior” do que 2015 e afirmou que este ano foi o mais difícil de sua vida pública. — Foi um ano muito estressante, muito duro, talvez o ano mais difícil da minha vida política de deputado. Com certeza foi [o ano mais difícil]. Saio mais temperado e forte para enfrentar 2016.Leia mais noticias de Brasil e Política O líder do governo defendeu a troca de Joaquim Levy por Nelson Barbosa no comando do Ministério da Fazenda. — Ele conhece a máquina. É um economista que conhece a máquina. Não é do mercado como alguns dizem, mas eu acho que o Brasil não precisa de mais mercado, precisa de mais Estado para induzir o crescimento. Mantendo evidentemente o equilíbrio. Guimarães também defendeu que a política econômica do País não se baseie unicamente no ajuste fiscal. O deputado disse que para retomar o crescimento é necessário a liberação de mais crédito para as empresas e o aumento da produção. Ele afirmou que uma das pautas de 2016 será a discussão sobre a volta da CPMF e também defendeu que o Executivo libere empréstimo para os governos estaduais.Impeachment Guimarães disse que o governo está tranquilo para enfrentar o impeachment da presidente Dilma Rousseff. Ele criticou a oposição e disse que o País não pode ser pautado por um eventual afastamento da presidente. — Eu acho que nós estamos preparados para enfrentar essa questão na hora que for colocada. Ou agora ou depois. Até porque há uma mudança na percepção da sociedade. A sociedade está percebendo que ninguém está acima da lei e da constituição. O deputado elogiou a decisão do STF (Supremo Tribunal Federal) de cancelar todo o processo que havia sido estabelecido pelo presidente da Câmara, Eduardo Cunha (PMDB-RJ). De acordo com ele, a maior vitória do País este ano foi o “compromisso do Brasil com a democracia”. — As regras precisam ser respeitas. O que o Supremo fez foi pôr ordem na desordem que foi estabelecida aqui dentro da Casa.