“Não há nada o que arquivar sobre Dilma”, diz ministro do STF sobre Lava Jato
A presidente foi citada em delação premiada, mas não há indício de crime
Brasil|Carolina Martins, do R7, em Brasília
O ministro do STF (Supremo Tribunal Federal) responsável pelos processos da Operação Lava Jato, Teori Zavascki, decidiu, nesta sexta-feira (6), que não há nada a ser investigado contra a presidente Dilma Rousseff no esquema de corrupção da Petrobras.
No processo enviado pelo PGR (Procuradoria-Geral da República), a presidente é citada em depoimento de delação premiada do ex-diretor de abastecimento da Petrobras, Paulo Roberto Costa. Ele teria afirmado que o ex-ministro Antonio Palocci pediu R$ 2 milhões para a campanha presidencial de Dilma Rousseff.
No entanto, o doleiro Alberto Yousseff, também em depoimento de delação premiada, negou a entrega do dinheiro. Com isso, o ministro Zavascki concluiu que não há nada a ser investigado, uma vez que a presidente Dilma foi citada de maneiro indireta e fora do exercício de suas funções como chefe do Poder Executivo.
— Constata-se que o procedimento foi instaurado exclusivamente em relação a Antonio Palocci. Em relação à referência ao envolvimento indireto da campanha da presidente da República, o próprio procurador já adiantava excluir dos elementos à vista, conclusão que conduzisse a um procedimento voltado à chefe do Poder Executivo.
Ainda na decisão, o ministro Zavascki afirma que “não há nada que arquivar em relação à presidente da República”. De acordo com o magistrado, “nos termos, da Constituição Federal, o presidente da República, em exercício de seu mandato, não pode ser responsabilizado por atos estranhos ao exercício de suas funções”.