O novo ministro de Transparência, Fiscalização e Controle, Torquato Jardim, que assumiu o cargo nesta quinta-feira (2), pediu aos servidores da pasta, durante uma reunião interna, que aqueles que tiverem “uma incompatibilidade insuperável” com o governo do presidente interino Michel Temer tenham “a dignidade de pedir espontaneamente a sua exoneração”. — Vamos nos conhecer. É claro, isso pressupõe uma compatibilidade política, filosófica, ideológica, e cada qual, com o governo de transição do presidente Michel Temer. Quem tiver uma incompatibilidade insuperável, de qualquer tipo, qualquer circunstância, tenho certeza que terá a dignidade de pedir espontaneamente a sua exoneração. O áudio foi gravado de forma oculta por um servidor presente à reunião de boas-vindas. Para aqueles que não tiverem “incompatibilidade”, continua o ministro, “permaneçam onde estão, continuem a dar o melhor de si, com senso de responsabilidade". — Espero que tenhamos bons canais de comunicação. Procurem seus colegas que estão aqui nessa mesa e venham me dizer, por intermédio deles, o que pensam e como gostariam de ver esta Casa 5, 10, 15 anos na frente. Jardim assumiu a pasta deixada por Fabiano Silveira, que pediu demissão na segunda-feira (30) após a divulgação de conversas nas quais critica a Operação Lava Jato e presta assessoria informal a políticos investigados, como o presidente do Senado Renan Calheiros (PMDB-AL) e o ex-senador e ex-presidente da Transpetro Sérgio Machado (PMDB-CE). O Ministério da Transparência foi criado no governo do presidente interino como substituto da CGU (Controladoria-Geral da União). A pasta tem o objetivo de defender o patrimônio público por meio das atividades de controle interno, auditoria pública, correição, prevenção e combate à corrupção e ouvidoria. Na própria segunda, antes de Silveira deixar o posto, servidores do ministério fizeram um protesto exigindo a demissão de Silveira. Na ocasião, os chefes estaduais do órgão colocaram seus cargos à disposição.