Romero Jucá substituiu Temer na presidência do PMDB. Vice-presidente se licenciou do cargo nesta terça-feira (5)
Luis Macedo/Câmara dos DeputadosEm seu primeiro discurso como presidente do PMDB, o senador Romero Jucá (PMDB-RR) defendeu o impeachment da presidente Dilma Rousseff, refutou a tese do governo de que se trata de um golpe, e disse que o partido nunca governou o País ao lado do PT, apesar de ter Michel Temer na vice-presidência.
— Temer não era copiloto do governo. Ele estava fora da cabine. No governo nós éramos os comissários de bordo. Recebíamos as pessoas, mandávamos apertar os cintos e entregávamos o saquinho pra vomitar. O governo conseguiu fazer tudo da pior forma possível.
O vice-presidente Michel Temer (PMDB) se licenciou nesta terça-feira (5) da presidência nacional do PMDB. Romero Jucá discursou na tribuna do Senado Federal. Ele explicou que a decisão do afastamento de Temer e a escolha do nome dele como novo presidente foi tomada pelo próprio Temer e pela executiva do partido. Jucá defendeu a legalidade do impeachment.
— Nesses próximos dois anos e meio o Congresso Brasileiro, eleito pelo povo brasileiro, precisa encontrar uma saída. A saída está na regra. Está na Constituição. Qualquer outra saída será golpe. Eleições gerais. Está na Constituição? Não. Então é golpe. Todo mundo renuncia. Está na Constituição? Não. Se pudesse mudar a regra quando o Brasil estava perdendo de 7 a 1 da Alemanha e gente parava o jogo, dizia que está cancelado e começava no outro dia no zero a zero.
Ao responder a um questionamento do senador petista Lindebergh Farias (RJ), que foi presidente da UNE , cara- pintada e um grande defensor do impeachment do presidente Fernando Collor, Jucá insinuou a gravidade das acusações que pesam sobre a presidente Dilma Rousseff, analisadas atualmente pela Câmara.
— A situação de Collor virou um tribunal de pequenas causas, você me desculpe.
Para Jucá, a solução para o País está no Congresso Nacional.
— A saída é majoritariamente esse COngresso se afirmar os partidos se colocarem e a partir daí termos um quadro político que vai definir os rumos do País.
O relatório da Comissão de Impeachment será apresentado nesta quarta (6) e a expectativa dos deputados é que a votação no plenário comece em uma semana e meia, na sexta (15).