Número de passageiros em voos pelo Brasil cresceu 170% em dez anos
Pesquisa aponta que 117 milhões de passageiros voaram de avião em rotas nacionais em 2014
Brasil|Rodrigo Vasconcelos, do R7, em Brasília
Uma pesquisa elaborada pela SAC (Secretaria de Aviação Civil) aponta que o número de passageiros em rotas nacionais no Brasil aumentou 170% nos últimos dez anos. Segundo o perfil do setor aéreo, divulgado nesta quinta-feira (22), isso representa um total de 117 milhões de passageiros em 2014.
Somados embarques e desembarques, a movimentação nos aeroportos brasileiros chegou à marca de 199,3 milhões de pessoas no ano passado, segundo a pesquisa. O maior número de viagens foi registrado nas regiões Sudeste (89,6 milhões) e Nordeste (42,9 milhões).
Mesmo com o crescimento da demanda, o índice de atrasos nos aeroportos caiu 62% de 2007 a 2014, no período logo em sequência do caos aéreo de 2006 no Brasil. No ano passado, o índice de voos com atraso foi de 11,3%.
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De acordo com o ministro da Aviação Civil, Eliseu Padilha (PMDB), o aumento elevou o Brasil para o Top 5 de países com maior número de passageiros em voos internos. Na visão dele, o País tem capacidade de crescer mais.
— Dos nossos 205 milhões de passageiros, muitos deles estão viajando várias vezes durante o ano. Alguns viajam a trabalho, outros viajam a passeio e, na medida que nós tenhamos crescimento econômico, podemos aumentar, sim, essa frequência.
Apesar do cenário de crise econômica no País, Padilha demonstrou confiança de que a procura por rotas domésticas será grande. Para ele, as pessoas vão preferir o turismo pelo Brasil no período de férias, devido ao preço das viagens internacionais.
— O período de férias, em tese, é período de viagens. E, se as viagens internacionais estão muito caras, por óbvio que as viagens nacionais serão a alternativa. Logo, vamos sentir, sim, o incremento das viagens internas por quem sai de férias, por quem faz turismo.
Novas rotas
A SAC fez ainda um levantamento que revelou mercado potencial em 252 municípios brasileiros com mercado potencial para a criação de novas rotas aéreas. Os voos nesses locais teriam capacidade de lotar aviões de até 114 assentos.
O mapeamento foi feito por meio de uma pesquisa com cerca de 150 mil passageiros nos 65 aeroportos responsáveis por 98% da movimentação aérea do País. Das rotas que ainda não existem, os voos diretos entre Rio de Janeiro — Vila Velha (ES), Blumenau (SC) — São Paulo e Campo Grande (MT) — Rio de Janeiro são as mais desejadas.
De acordo com o estudo, 252 municípios operariam novas rotas com 50% de ocupação das aeronaves; 172 cidades implantariam novos trechos aéreos com cerca de 70% dos assentos ocupados e 144 destinos receberiam rotas com aproximadamente 85% de lotação nos aviões.
Para a criação de novas rotas, o governo precisará levar adiante o programa de aviação regional. A SAC esperava investir na criação, expansão ou reforma de 270 aeroportos. No entanto, segundo Padilha, apenas cem projetos estão na fase final, à espera de licenciamento ambiental e da liberação de recursos. Para o ministro, as licitações devem sair até o final do ano.