Para Eduardo Cunha, governo terá “Natal sem CPMF” neste ano
Presidente da Câmara considera que não há tempo hábil para a recriação do tributo
Brasil|Rodrigo Vasconcelos, do R7, em Brasília
O presidente da Câmara dos Deputados, Eduardo Cunha (PMDB-RJ), avaliou que o governo federal não terá “um Natal com CPMF” (Contribuição Provisória sobre Movimentação Financeira), em entrevista nesta quarta-feira (21).
— Natal com CPMF não vai ter, porque não tem tempo hábil, nem se o governo tivesse voto, não tem tempo hábil.
A alusão ao feriado de fim de ano foi uma resposta ao líder do Governo na Câmara, deputado José Guimarães (PT-CE). Mais cedo, ele propôs o slogan “Natal com CPMF”, que já representava uma reação ao “Natal sem Dilma” da oposição, ao entregar mais um pedido de impeachment para Cunha nesta manhã.
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Na terça-feira (20), o presidente da Câmara também afirmou que o governo pode ter dificuldades em conseguir apoio para a volta da CPMF. Recriar o imposto sobre movimentações financeiras é uma das prioridades da presidente da República, Dilma Rousseff, diante da frustração de receitas para o Orçamento de 2016.
Manifestações
Durante a entrevista coletiva de Eduardo Cunha, manifestantes gritavam “Fora, Cunha” e interromperam respostas do presidente da Câmara ao perguntar quando ele renunciaria ao cargo.
Eles vieram de um ato comandado pelo líder do PSOL na Câmara, Chico Alencar (RJ). Ao lado dos deputados Jean Wyllys (PSOL-RJ) e Luiza Erundina (PSB-SP), ele levou uma faixa demoninada “Pequena Galeria da Dignidade Pública”, com fotos de brasileiros como Zilda Arns, Betinho e Chico Mendes.
Ao final da entrevista de Cunha, os manifestantes bateram boca com integrantes do Movimento Brasil Livre, que apoiavam o presidente da Câmara e gritavam “Fora, Dilma”. Eles permaneceram na Casa após acompanhar a entrega de mais um pedido de impeachment contra a presidente da República, pela manhã.
Pedido de impeachment
Eduardo Cunha disse também que ainda não leu o novo pedido de impeachment contra a presidente Dilma Rousseff e afirmou que não há um prazo para se decidir sobre o assunto.
Na entrevista aos jornalistas, Cunha disse que levará o "tempo necessário" para analisar a peça assinada pelos juristas Miguel Reale Jr e Hélio Bicudo, entregue a ele nesta quarta-feira por líderes da oposição.
— Recebi hoje e mandei para os órgãos técnicos para fazer os pareceres, para analisar, ver o cumprimento dos requisitos, enfim, aquelas coisas tradicionais. Agora é aguardar que eles voltem. Não vi ainda a peça e não vou ler agora, primeiro vai para a assessoria.