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Parlamentares pedem que STF anule sessão que elegeu Feliciano presidente da Comissão de Direitos Humanos

Deputados querem impedir atuação de deputado acusado de homofobia e racismo

Brasil|Carolina Martins, do R7, em Brasília, com Agência Câmara

Manifestantes fazem protesto contra Feliciano nos corredores do Congresso
Manifestantes fazem protesto contra Feliciano nos corredores do Congresso

Os parlamentares que integram a Comissão de Direitos Humanos da Câmara dos Deputados decidiram, nesta terça-feira (12), recorrer ao STF (Supremo Tribunal Federal) para tentar impedir que o deputado Marco Feliciano (PSC-SP) atue como presidente do colegiado.

Os deputados ingressaram com um mandado de segurança no Supremo, pedindo que a sessão, realizada na última quinta-feira (7), que elegeu Feliciano presidente da comissão seja anulada. O documento alega, entre outras coisas, que a reunião foi fechada, sem a possibilidade da população acompanhar.

Para o deputado Domingos Dutra (PT-MA), que foi o presidente da comissão nos últimos dois anos, o procedimento só seria aceitável na época da Ditadura.

— É inimaginável que, após a ditadura militar, uma comissão de direitos humanos faça uma sessão à portas fechadas, com barreiras nos corredores e polícia legislativa na porta. Vamos questionar esse procedimento no Supremo.


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A determinação de impedir a entrada de manifestantes foi publicada pela presidência da Câmara, o que é questionado pelo grupo contrário ao pastor. A deputada Erika Kokay (PT-DF) afirmou que "o regimento é claro ao determinar que todas as reuniões são públicas, salvo deliberação em contrário". 


— Não houve nenhuma deliberação do colegiado nesse sentido.

Kokay faz parte do grupo que abandonou a reunião de quinta da CDH em protesto contra a ausência dos manifestantes.

O deputado Chico Alencar (PSOL-RJ) também sugeriu a apresentação de uma representação contra Feliciano na Corregedoria da Câmara.

— Há claros indícios de uso do mandato para benefícios privados, já que qualquer igreja é uma entidade privada.

Algumas reportagens veiculadas recentemente pela imprensa afirmam que o pastor vem mantendo funcionários privados com recursos da Câmara. O deputado nega qualquer denúncia.

Portas fechadas

A eleição de Feliciano foi fechada para impedir que manifestantes entrassem na sala da comissão e impedissem a votação, como ocorreu na última quarta-feira (6), data inicialmente estabelecida para o processo de escolha do novo presidente.

A expectativa dos deputados é de que seja designado um relator para a matéria e uma liminar seja expedida em até 24 horas, para impedir que o Marco Feliciano presida a sessão da comissão agendada para esta quarta-feira (13).

O deputado Domingos Dutra também informou que será questionada na Mesa Diretora da Câmara a participação de oito parlamentares (cinco titulares e três suplentes) na comissão.

Segundo ele, a proporcionalidade foi desrespeitada, uma vez que há mais deputados do partido que do PT e do PMDB, que têm bancadas maiores na Câmara.

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