PF cumpre 11 mandados de prisão em nova fase da Lava Jato
Autoridades também realizam 26 de busca e apreensão e 6 intimações. Houve bloqueio de contas e sequestro de bens
Brasil|Giuliana Saringer, do R7
A PF (Polícia Federal) iniciou nesta quarta-feira (5) a operação Sem Limites, 57ª fase da Lava Jato, que investiga o pagamento de pelo menos US$ 31 milhões (o equivalente a quase R$ 120 milhões) em propinas para funcionários da Petrobras, entre 2009 e 2014.
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Os pagamentos seriam realizados por grandes empresas do mercado de petróleo e derivados, conhecidas como tradings.
As autoridades cumprem 11 mandados de prisão preventiva, 26 de busca e apreensão e 6 intimações pela autoridade policial nos estados do Rio de Janeiro e no Paraná.
São 22 mandados de busca e apreensão e 10 de prisão preventiva no Rio de Janeiro (RJ), dois de busca e apreensão em Petrópolis (RJ), um de busca e apreensão e um de prisão em Niterói (RJ) e um de busca e apreensão em Curitiba (PR).
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As autoridades também expediram ordens de sequestro de imóveis, bloqueio de contas bancárias e valores até o limite dos prejuízos identificados até o momento.
As investigações apontam irregularidades na área de trading da Petrobras, onde são realizados os negócios de compra e venda de petróleo e derivados. Também há indícios de irregularidades na realização de negócios de locação de tanques de armazenagem da ou para a companhia pelas mesmas empresas investigadas.
Segundo a PF, o esquema existia desde meados de 2014 e não se sabe se ele continuava atuando até este ano. A área de trading é responsabilidade da Diretoria de Abastecimento, especificamente pela Gerência Executiva de Marketing e Comercialização. A PF diz que as ações não precisavam da autorização da diretoria, o que facilitava que o esquema continuasse.
A PF diz que as investigações indicam "a prática de crimes em duas modalidades de negócios da Petrobras que possuíam características semelhantes: os esquemas de corrupção na área de trading (compra e venda) de petróleo e derivados e os esquemas de corrupção na área de afretamento de navios".
As operações aconteciam dentro da empresa para viabilizar o pagamento de propina a executivos.
A operação foi batiza de Sem Limites em referência "à transnacionalidade dos crimes praticados (que ocorrem em diversos locais no país e no exterior), à ausência de limites legais para as operações comerciais realizadas e a busca desenfreada e permanente por ganhos de todos os envolvidos, resultado sempre na depredação do patrimônio público".
Os investigados responderão pelos crimes de corrupção, organização criminosa, crimes financeiros e lavagem de dinheiro.