Picanha e cerveja viram símbolo da demagogia nas eleições de 2022
Promessas populistas ignoram a realidade e apenas escondem a falta de um plano de governo com propostas concretas
Brasil|Marco Antonio Araujo, do R7
Picanha e cerveja. Creio que assim atingimos o máximo da propaganda política demagógica, das promessas vazias e da ausência de um plano de governo.
É esse combo de churrasco na laje que Lula, repetidamente, anuncia como sua principal promessa de campanha. Constrangedor.
O ex-presidente deve acreditar, pela insistência com que volta a propor a dobradinha, que seu eleitor será fisgado pelo estômago, ignorando a profunda crise econômica mundial e a complexidade de colocar picanha no espeto e cerveja no copo de cada brasileiro, em um país tão desigual como o nosso.
Já há alguns anos, desde que estreou no sindicalismo, Lula come mais e melhor que a grande maioria da população do Brasil. Agora, gaba-se do seu discurso pensado estrategicamente em uma sala luxuosa cheia de marqueteiros e políticos profissionais, pagos com o generoso dinheiro do fundo eleitoral.
“Quando é que o povo gosta? É quando eu falo: vamos voltar a reunir a família no domingo e nós vamos fazer um churrasquinho. E nós vamos comer uma fatia de picanha com uma gordurinha passada na farinha e tomar uma boa de uma cerveja gelada. Bicho, o povo entra em delírio”, diz o candidato Lula.
O populismo de esquerda não é novidade. São palavras ao vento, sopradas sempre de um palanque, em período eleitoral. Vão parar muito longe da realidade, mas de alguma forma preenchem o vazio da falta de propostas concretas.
Desta vez, o candidato petista está se baseando apenas nesses moinhos de vento, nesses sonhos de domingo, para tentar alçar seus votos de segundo turno. É muito pouco. Não é verdade, e o povo sabe.