Uma audiência de custódia realizada neste sábado (14) manteve a prisão do ex-deputado federal Roberto Jefferson, presidente nacional do PTB. Ele foi detido na sexta-feria (13) por decisão do ministro Alexandre de Moraes, do STF (Supremo Tribunal Federal), relator do inquérito das milícias digitais. O ex-deputado é acusado de participação em uma organização criminosa digital montada para promover ataques à democracia. A audiência de custódia é o procedimento em que um juiz avalia eventuais ilegalidades de uma prisão. No caso de Roberto Jefferson, o entendimento é de que a prisão preenche os requisitos legais. O ex-deputado segue portanto no Complexo de Bangu, na Zona Oeste do Rio, onde ficam detentos com curso superior. Na audiência, o advogado Luiz Gustavo Pereira da Cunha, que defende Jefferson, pleiteou a conversão da prisão preventiva em prisão domiciliar apontando problemas de saúde de Jefferson e afirmando que o ex-deputado correria risco de vida ao permencer preso. O juiz Airton Vieira, que integra o gabinete de Moraes e conduziu a audiência por videoconferência, informou que não poderia decidir sobre o pedido e que o próprio relator do inquérito - Moraes - é quem poderá deliberar sobre o tema. Vieira entendeu que a decisão "guarda apreciação por parte do Senhor Relator, haja vista que se confunde, de uma forma ou de outra, com a própria questão principal, é dizer, na parte referente à necessidade da manutenção da prisão preventiva ou na possibilidade de ser convertida em prisão domiciliar, decisão que, pela sua própria natureza, foge às competências deste magistrado instrutor". Em coletiva neste sábado, o advogado Luiz Gustavo Pereira da Cunha afirmou que a decisão de Moraes não tem fundamentação. Ele afirma que o juiz não poderia estar atuando no caso, já que moveu anteriormente processos por danos morais contra Jefferson. Além disso, o ex-deputado já protocolou três pedidos de impeachment contra o juiz. Cunha afirma que o Supremo vem atuando de forma autocrática, e que a parte dos inquéritos conduzidos por Moraes foi aberto por própria decisão do ministro, o que mostraria um exceço de poder no fato de ele próprio abrir as investigações, apurar os fatos e emitir decisões. Cunha agradeceu o apoio recebido de diferentes políticos, entre eles o presidente Jair Bolsonaro.