O senador Aécio Neves (PSDB-MG) confirmou nesta sexta-feira que manterá o apoio à candidatura de Júlio Delgado (PSB-MG) à presidência da Câmara dos Deputados. O presidente do partido disse ainda que a legenda não admitirá que seus correligionários tomem posições individuais.
— O PSDB desde o final do ano passado assumiu um compromisso a com a candidatura de Julio Delgado. O PSDB agirá como partido político. O PSDB não permitirá cooptações individuais. E qualquer candidato que faze-lo irá se frustrar. O PSDB votará em Julio Delgadao na sua integralidade. É o que eu espero.
A mesma informação foi confirmada pelo senador Aloysio Nunes (PSDB-SP) e pelo deputado Antônio Imbassahy (PSDB-BA). Os principais caciques do partido estão reunidos em Brasília para discutir a crise no setor elétrico e os desdobramentos das denúncias de corrupção envolvendo a Petrobras.
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No encontro também deve ser escolhido o próximo líder do partido na Câmara.
A eleição dos próximos presidentes da Câmara e Senado acontece no próximo domingo (1º), logo após a cerimônia de posse dos novos parlamentares. Na disputa pelo comando d Câmara já foram anunciados, além de Delgado, Eduardo Cunha (PMDB-RJ), Arlindo Chinaglia (PT-SP) e Chico Alencar (PSOL-RJ).
O deputado Imbassahy também adiantou que a partir da próxima semana, o partido vai começar a recolher assinaturas para a criação de quatro CPIs com a proposta de investigar os desdobramentos da Operação Lava Jato, os fundos de pensão, os bancos oficiais e a crise no setor elétrico.
Durante a semana, Cunha, principal candidato da disputa, se encontrou com parlamentares tucanos na busca por votos.
Petrobras
Aécio Neves também disse que as ações da oposição serão norteadas pelo escândalo envolvendo a petroleira. O senador reforçou a necessidade da reabertura da CPMI da Petrobras.
— A prioridade deve ser o Congresso Nacional retomar as investigações em relação aos desvios na Petrobras, porque nós estamos ainda apenas vendo a ponta do iceberg. É uma vergonha. Destruíram a nossa maior empresa e não tiveram sequer a capacidade de, agora reconhecendo os desvios, minimizar essas perdas.
Neves também comentou os atuais reajustes anunciados pelo governo nas contas de energia e as falhas no sistema de distribuição que deixaram diversas regiões do País no escuro recentemente.Ele acusou a presidente Dilma Rousseff de ser a responsável pela crise no setor.
— O que a presidente fez com o setor elétrico é mais uma demonstração da marca autoritária do seu governo, do absoluto desconhecimento que ela tem sobre o setor e isso se estende inclusive à Petrobras, comandada por ela com mão de ferro durante todos esses últimos 12 anos.
O ex-governador mineiro concluiu defendendo que o Congresso Nacional não se submeta às prioridades do Planalto.
— Esse é o grande momento de afirmação do Poder Legislativo. Nós não podemos continuar submetidos, única e exclusivamente, como ocorreu ao longo dos últimos anos à agenda do governo federal.