O prefeito de São Paulo, Fernando Haddad (PT), afirmou que o PT vai perder a liderança que exerce entre os partidos da esquerda brasileira e, por isso, vai precisar pensar mais no campo progressista que no próprio partido.
As declarações foram dadas à colunista Mônica Bérgamo e foram publicadas no jornal Folha de S.Paulo desta segunda-feira (25).
Haddad disse que "o PT vai sobreviver. Pequeno por quanto tempo, médio por quanto tempo? A história vai responder".
— O partido tem muita capilaridade. Mas o PT vai ter que pensar, daqui para a frente, mais o campo progressista do que o próprio partido. Isso já estava na cabeça do Lula em 2010, quando sinalizava inclusive um apoio ao Eduardo Campos em 2018.
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Segundo o prefeito paulistano, "o PT estava consolidado, forte, em seu melhor momento, e o Lula entendia que o partido tinha que fazer, em algum momento, esse gesto de apoiar o candidato a presidente de outro partido".
— Você imagina agora. Mais ainda, né? Lula já entendia, e eu concordo com ele, que o roteiro de um partido de esquerda hegemônico, em torno do qual os demais orbitam, tinha se esgotado.
Impeachment
Sobre o processo de impeachment de Dilma Rousseff, Haddad disse que se trata de um "casuísmo" porque "a base para essa punição máxima é frágil".
— Os pretextos usados, de contabilidade criativa, não vão ser usados contra mais ninguém, embora essa prática seja adotada extensamente por governadores e no plano municipal. Nesse sentido, fazendo as devidas ressalvas com 1964 [em que os militares tomaram o poder], é golpe.