Um vídeo compartilhado nas redes sociais mostra o jornalista José Hamilton Ribeiro, 82 anos, um dos jornalistas brasileiros mais antigos e mais relevantes em atividade no País, comentando o suicídio cometido pelo reitor afastado da UFSC (Universidade Federal de Santa Catarina), Luis Carlos Cancellier Olivo, na última segunda-feira (2), em Florianópolis. O jornalista, que é autor de 15 livros, dentre eles um que fala sobre a cobertura que fez da Guerra do Vietnã para a revista Realidade, diz que o momento após a morte do reitor é o ideal para uma reflexão acerca do que é pedido às instituições brasileiras. Ele afirma que é preciso cobrar para que as instituições, entre elas a PF (Polícia Federal), "faça seu papel, mas com cordialidade, civilidade, tratando com cortesia as pessoas que estão sob processo e sob suspeita, que às vezes se revelam infundadas". "Eu tenho notado que a Polícia Federal está espetacularizando demais sua ações, exacerbando suas funções e tratando suspeitos como se fossem condenados", diz José Hamilton. "Mesmo lidando com pessoas simples, que têm ficha policial, tem a obrigação de tratar as pessoas com civilidade e não chegar numa pessoa inopinadamente em um ambiente de trabalho, ou na presença da família, e ir botando algemas", complementa. Cancellier era investigado na Operação Ouvidos Moucos, que apura irregularidades na aplicação de recursos federais recebidos pela UFSC para curso de ensino a distância. Ele foi preso pela PF no dia 14 de outubro e solto no dia seguinte. José Hamilton participou da abertura da 16ª Semana de Jornalismo da UFSC, na última segunda-feira, poucas horas depois do corpo do reitor afastado da universidade ser encontrado no Beiramar Shopping. O vídeo com a declaração de José Hamilton foi publicado pouco depois de sua participação no evento da UFSC. Na filmagem, o repórter ainda diz que se preocupou em ver uma manifestação em São Paulo com faixas saudando a Polícia Federal.Confira:* Kaique Dalapola, estagiário do R7.