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Rolls-Royce é acusada de pagar propina para fechar contratos com Petrobras, diz jornal britânico

Financial Times destacou depoimento de Pedro Barusco, ex-diretor da estatal brasileira

Brasil|Do R7, com Agência Brasil

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Delator da Rolls-Royce, Pedro Barusco admitiu receber propinas desde 1997
Delator da Rolls-Royce, Pedro Barusco admitiu receber propinas desde 1997

O ex-gerente de Serviços da Petrobras Pedro Barusco acusou a empresa britânica Rolls-Royce de subornar funcionários da estatal brasileira em troca de um contrato de US$ 100 milhões. A empresa, famosa pelos carros de luxo, também fabrica turbinas de gás para plataformas de petróleo, além de ter investimentos milionários no Brasil no setor petrolífero.

Esse depoimento de Barusco — que fechou acordo de delação premiada com a Justiça Federal em meio a operação Lava Jato — foi divulgado nesta segunda-feira (16) pelo jornal britânico Financial Times.


Segundo a reportagem, que ganhou destaque na capa do jornal, o próprio Barusco teria dito à Justiça brasileira que recebeu pelo menos US$ 200 mil durante a operação.

Na resposta ao jornal, de acordo com a reportagem, a Rolls-Royce disse que “não tolera conduta empresarial indevida de qualquer tipo”, e tomará “as medidas necessárias para garantir o cumprimento das leis”.


Barusco é o ex-funcionário da Petrobras que admitiu receber propinas à frente da estatal brasileira desde 1997 — segundo disse em depoimento à Justiça por meio de delação premiada.

Os negócios da Rolls-Royce no Brasil


A reportagem do Financial Times não detalha quais contratos entre a Rolls-Royce e a Petrobras estão sob suspeita, mas a empresa britânica tem negócios milionários no País.

Em junho de 2013, a Rolls-Royce fechou contrato com o Grupo Detroit Chile para fornecer oito guindastes modelo Dual Draglink a quatro embarcações do Brasil de apoio a plataformas offshore.


Já em abril passado, a companhia anunciou, no Rio de Janeiro, o investimento de R$ 80 milhões na construção de uma fábrica de propulsores marítimos e outros equipamentos navais na cidade de Duque de Caxias. A planta ainda está em construção.

O anúncio foi feito à época pelo presidente do grupo para a América Latina, Francisco Itzaina, em um evento com empresários brasileiros no Rio de Janeiro que contou com a participação do ministro das Finanças do Reino Unido, George Osborne.

O objetivo da Rolls Royce era atender à demanda por propulsores e grandes motores dos estaleiros que se instalaram no Brasil para atender as encomendas da Petrobras, que aumentaram após as descobertas do pré-sal, com encomendas recordes de plataformas petrolíferas marítimas, sondas, cargueiros e navios de apoio.

Investigação da CGU

Em 2011, a Rolls-Royce fechou contratos de US$ 650 milhões com a Petrobras para fornecer turbogeradores para embarcações. Em dezembro de 2014, a CGU (Controladoria-Geral da União) investigava o pagamento de propina nesses negócios.

A CGU apurava a atuação do lobista Julio Faerman, suspeito de pagar propina para a Petrobras em nome de grupos estrangeiros, como a Rolls-Royce, além da holandesa SBM Offshore.

O órgão brasileiro rastreava negócios intermediados por Faerman e duas de suas empresas — a Oildrive e a Faercom — para outros clientes, sediados em vários países.

Conforme dados obtidos pelos auditores da CGU, Faerman e suas empresas teriam representado a multinacional inglesa no Brasil.

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