Rombo nas contas públicas deste ano deve ser maior que R$ 96 bi, diz Meirelles
Novo ministro da Fazenda não descartou volta da CPMF para ajustar finanças
Brasil|Do R7
O déficit primário de pouco mais de R$ 96 bilhões previsto para este ano na nova meta fiscal enviada ao Legislativo é substancial, mas "tudo indica" que número é ainda maior, afirmou nesta sexta-feira (13) o novo ministro da Fazenda, Henrique Meirelles, que não descartou a volta da CPMF para a tarefa de reequilíbrio das contas públicas.
"É importante que se estabeleça meta (de primário) que seja realista, que seja cumprida", afirmou o ministro em entrevista à TV Globo. Ele afirmou que a recriação da CPMF "preferencialmente" não deveria ocorrer e que não seria instituída de maneira precipitada, mas não descartou sua necessidade.
O governo da presidente afastada Dilma Rousseff solicitou ao Congresso permissão para reduzir a meta da economia feita para pagamento de juros da dívida pública do setor público consolidado deste ano, com possibilidade rombo.
Meirelles também afirmou que fará questão de nomeações técnicas nos cargos de comando de bancos públicos, avaliando que essas instituições não devem ser instrumento de política, mas sim de crédito e poupança.
Questionado sobre as novas medidas para a economia no governo do presidente interino Michel Temer, o ministro afirmou que o trabalho inicial será de análise minuciosa de despesas e encargos ainda não conhecidos. Ele apenas afirmou que serão tomadas "medidas duras" para que a trajetória da dívida do País seja sustentável.
Meirelles disse que está trabalhando em um sistema de metas de despesas públicas para que não haja crescimento real dos gastos. Ele avaliou que a conta de subsídios e desonerações é "enorme", bem como a conta de salários do governo federal.
"Devemos e vamos cortar despesas e privilégios daqueles que não precisam", afirmou o ministro, fazendo a ressalva de que os programas sociais serão mantidos.
Meirelles afirmou que o presidente do Banco Central continuará com status de ministro enquanto não for aprovada uma emenda constitucional que mudará essa prerrogativa, estendendo o foro privilegiado também aos diretores do BC.
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