Serra desmente executivo de empresa alemã e nega ter apoiado acordo para compra de trens da CPTM
Ex-governador diz que Estado poupou R$ 200 milhões com licitação de 40 novas composições
Brasil|Do R7
O ex-governador de São Paulo e ex-prefeito da capital paulista José Serra desmentiu por meio da rede social Facebook, nesta sexta-feira (9), que houve qualquer tipo de sugestão para a formação de um acordo, pela multinacional alemã Siemens e outras empresas que fornecem bens e serviços de transporte ferroviário, na licitação de trens e serviços para a CPTM (Companhia Paulista de Trens Metropolitanos).
Serra escreveu que a operação de compra de trens “foi uma verdadeira ação anti-cartel, de defesa do Estado e dos usuários de transportes” e que “o Estado economizou cerca de 200 milhões de reais”.
Ainda segundo o ex-governador, a Siemens “ofereceu preços bem mais altos. Por isso perdeu, ficando em segundo lugar”. Serra completa dizendo que a empresa alemã “não recebeu nenhum tipo de compensação” e “não foi subcontratada nem ganhou contratos novos”.
— Ou seja, os fatos sugeridos nesse(s) email(s) de executivo(s)da Siemens não aconteceram.
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Na última quinta-feira (8), o jornal Folha de S.Paulo informou que um e-mail de um executivo da Siemens a seus superiores afirmava que Serra havia sugerido à multinacional alemã fechar um acordo, em 2008, para evitar que uma disputa entre empresas travasse a licitação para a CPTM.
Na época, Serra era o governador do Estado e, supostamente, queria que os veículos e os serviços fossem entregues e prestados com rapidez. A mensagem eletrônica, de acordo com o e-mail que o diretor da Siemens, Nelson Branco Marchetti, enviou aos chefes, afirma que ele havia conversado com Serra e seu secretário de Transportes Metropolitanos, José Luiz Portella, durante congresso do setor ferroviário em Amsterdã, na Holanda.
Na ocasião, a Siemens travou com a empresa espanhola CAF uma concorrência valiosa para fornecer 40 novos trens para a CPTM.
Leia o comentário que José Serra postou na rede social:
"A concorrência para compra de 40 trens de São Paulo, realizada em 2008, foi uma verdadeira ação anti-cartel, de defesa do Estado e dos usuários de transportes.
Ganhou a CAF, uma empresa espanhola que ofereceu o menor preço. O Estado economizou cerca de 200 milhões de reais. E ganhou 40 trens novos, para transporte coletivo.
A Siemens, empresa alemã, ofereceu preços bem mais altos. Por isso perdeu, ficando em segundo lugar. Diga-se que não recebeu nenhum tipo de compensação. Não foi subcontratada nem ganhou contratos novos. Ou seja, os fatos sugeridos nesse(s) email(s) de executivo(s)da Siemens não aconteceram.
A fim de anular a concorrência, a Siemens entrou com vários recursos na esfera administrativa e na Justiça , mas não teve êxito. O Governo de São Paulo ganhou na instância final, do STJ. Prevaleceu então a concorrência realizada e os preços mais baixos.
O Banco Mundial, que financiou o projeto, supervisionou e aprovou toda a licitação.
Como se comprova com facilidade não houve nenhum acordo com empresas para limitar a concorrência. Pelo contrário, o governo e sua secretaria de Transportes Metropolitanos defenderam a concorrência e os preços menores, em benefício da população paulista.”