Uma rebelião resultou na morte de sete jovens e na fuga de, pelo menos, 27 internos do Lar do Garoto Otavio Santos, uma unidade de internação de adolescentes para medidas socioeducativas determinadas pela Justiça, na cidade de Lagoa Seca, a 140 km da capital João Pessoa, na Paraíba.
Segundo a instituição, as fugas e a rebelião começaram na madrugada e a polícia foi acionada. Facções rivais de jovens infratores teriam então entrado em conflito. Os adolescentes assassinados tiveram os corpos carbonizados e esquartejados.
O Lar do Garoto tem, atualmente, 44 vagas e abrigava 218 adolescentes. No ano passado, um comissão do Conselho Estadual de Direitos Humanos da Paraíba esteve no local para uma vistoria e constatou maus tratos e superlotação. Os adolescentes eram confinados em "celas" sem banheiro. Segundo o relatório, "os adolescente urinavam em garrafas pet e tomavam banho em um pátio, utilizando água recolhida em um tambor". Na época em que foi elaborado o documento, em junho de 2016, a instituição tinha 150 internos.
Mães e parentes dos adolescentes internados no Lar do Garotos foram para a porta da instituição em busca de informações. Não há dados oficiais sobre o total de fugitivos e tão pouco o nome e as idades das sete vítimas. A lotação na unidade estava 495% acima da capacidade máxima do Lar do Garoto.