Temer avisa ministro que pretende mantê-lo no cargo após áudios com o ex-presidente da Transpetro
Para o presidente, áudios de Fabiano Silveira com Sérgio Machado "não são comprometedores"
Brasil|Do R7
O presidente interino, Michel Temer, conversou na tarde desta segunda-feira (30) com o ministro da Transparência, Fiscalização e Controle, Fabiano Silveira, por telefone, para dizer que pretende mantê-lo no cargo. De acordo com interlocutores do presidente, a avaliação no momento é que os áudios de Silveira com o ex-presidente da Transpetro, Sérgio Machado, "não são comprometedores".
Mais cedo, após reunião com o ministro da Casa Civil, Eliseu Padilha, Temer decidiu manter o ministro no cargo "por enquanto". Segundo fontes, o presidente interino disse que é essa a orientação "até segunda ordem".
De acordo com interlocutores, a avaliação é que o desgaste com a segunda queda seguida de um membro do alto escalão de Temer poderia ser mais danosa do que benéfica. Além disso, há a interpretação de que as manifestações contrárias ao nome do ministro "são políticas".
Em gravação, ministro da Transparência critica Lava Jato
Silveira teve áudios de conversas com ex-presidente da Transpetro Sérgio Machado divulgados pela TV Globo. Nas conversas há cerca de três meses, quando Silveira ainda era do CNJ (Conselho Nacional de Justiça), ele aconselha Machado e o presidente do Senado, Renan Calheiros (PMDB-AL), sobre como deveriam agir em relação às investigações da Operação Lava Jato, da Polícia Federal. Atualmente, Silveira comanda pasta estratégica para medidas de combate à corrupção no País.
Ontem, Silveira procurou o presidente no Palácio do Jaburu para se explicar e teria saído de lá convencido de que Temer lhe daria mais um voto de confiança.
Essa é a segunda semana seguida que o governo Temer começa tendo que resolver problemas relacionados ao alto escalão. Na segunda-feira passada, após o então ministro do Planejamento, Romero Jucá, ser flagrado em áudios com Machado falando em "estancar a sangria" na Lava Jato, Temer teve a primeira baixa em sua equipe. Jucá ficou apenas 12 dias no cargo e pediu licença do Planejamento para esclarecer os fatos. No Palácio do Planalto, o clima é de cautela. "O assunto dominante é esse, vamos de novo começar a semana no improviso", disse outro assessor palaciano.