O presidente interino Michel Temer (PMDB) gastou R$ 328 mil em viagem a Istambul, na Turquia, entre 30 de maio e 2 de junho de 2012, quando ocupava o cargo de vice-presidente da República. O valor desconsidera as diárias dos cerca 30 servidores, assessores e seguranças que o acompanharam e os gastos com o avião que o levou à Europa. A informação é do jornal Folha de S.Paulo deste domingo (31).
A agenda oficial de Temer previa a participação em três eventos: "2ª Conferência de Istambul sobre a Somália", abertura do Fórum de Parceiros da Aliança das Civilizações e encontros com autoridades.
Em telegramas obtidos pela reportagem do diário paulista, via Lei de Acesso à Informação, o Itamaraty pagou, entre outros serviços, US$ 16 mil por três diárias em quarto duplo no hotel Conrad, em Istambul, e US$ 21 mil para alugar veículos, incluindo duas Mercedes-Benz, seis BMWs, quatro vans Sprinter para 12 pessoas cada, dois Ford Mondeo e um caminhão-baú para carregar as bagagens.
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A pasta também bancou o aluguel de duas salas de reuniões no hotel por US$ 4.000 e ainda um intérprete em tempo integral, por US$ 2.100. Um fotógrafo turco ficou com Temer exclusivamente e seus serviços custaram mais US$ 944. A hospedagem dos servidores que o acompanharam custou mais US$ 56 mil em dois hoteis diferentes.
Tudo isso foi pago pelo Itamaraty, uma vez que o embaixador do Brasil na Turquia, Marcelo Jardim, fez "solicitações de recursos" a Brasília.
Entre 2011 e 2016, o peemedebista fez ao menos 15 grandes viagens internacionais, entre elas uma ida a Nova York com sua mulher, Marcela Temer, e uma visita ao Líbano, onde foi à cidade natal dos Temer (Btaaboura).
No Líbano, segundo telegrama do embaixador, "em momentos de descontração e informalidade, Temer inaugurou rua com seu nome, participou de almoço típico oferecido pela comunidade local, visitou a antiga casa dos pais e reencontrou parentes. No retorno a Beirute, passou pela cidade turística de Jbeil (Biblos)".
Outro lado
Em resposta ao jornal, a assessoria da Secretaria Especial de Comunicação Social da Presidência da República explicou que Temer "sempre procurou economizar recursos públicos em seus deslocamentos ao exterior".
Sobre os servidores que levava em suas missões, em nota, a assessoria disse que Temer sempre levou equipes reduzidas às viagens nacionais e internacionais e, sempre que possível, escolhia a hospedagem mais barata compatível com seu cargo.
O comunicado diz ainda que Temer, na vice-presidência, só fez viagens oficiais para estreitar relações políticas, solucionar problemas diplomáticos e trazer investimentos para o Brasil.