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Um quarto dos moradores de SP e RJ leva mais de uma hora de casa ao trabalho

Tempo de deslocamento nas regiões metropolitanas aumentou três vezes nos últimos 20 anos

Brasil|Do R7

Tempo de viagem aumentou três vezes nos últimos 20 anos
Tempo de viagem aumentou três vezes nos últimos 20 anos

Um em cada quatro moradores das regiões metropolitanas do Rio de Janeiro e de São Paulo perdem mais de uma hora todos os dias para se deslocar no trajeto de casa até o trabalho. É isso que mostra estudo divulgado nesta quinta-feira (24) pelo Ipea (Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada).

Num corte que considera o local de residência das pessoas entrevistadas, nota-se que os moradores de municípios pertencentes às regiões metropolitanas gastam um tempo significativamente maior nos seus deslocamentos de casa para o trabalho do que os moradores de municípios não metropolitanos.

Além disso, o estudo mostra que, nos últimos 20 anos, os tempos de viagem nas regiões metropolitanas tiveram um crescimento três vezes maior do que os tempos de viagem dos trabalhadores das áreas não metropolitanas.

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Segundo o Ipea, esse dado mostra que “os problemas de mobilidade se agravaram intensamente nessas áreas e que as obras de mobilidade até então não foram suficientes para melhorar as condições de deslocamento da população”.

Mais da metade das casas do País tem carro ou moto


Analisando o percentual de trabalhadores que gastam mais de uma hora por sentido para se deslocar até o trabalho, a pesquisa constata uma tendência de aumento do contingente de pessoas nessa situação, principalmente nas áreas metropolitanas, “onde atualmente cerca de 20% dos trabalhadores gastam mais de uma hora para se deslocar. O tempo perdido nos deslocamentos de trabalho é um importante indicador de qualidade de vida”.

Quando o recorte do estudo é nacional, entre as pessoas que afirmaram realizar esse deslocamento de forma direta (sem passar em destino intermediário), independente da modalidade de transporte (público ou privado), a maioria gasta menos de 30 minutos no percurso (65,9%).


A distribuição do tempo para pessoas que vivem em áreas rurais é um pouco diferente da observada na área urbana, com mais de 76% dos trabalhadores realizando deslocamentos de até 30 minutos de duração.

Quando se avalia a posse de veículos privados, verifica-se que nos domicílios com transporte privado há maior percentual de trabalhadores com deslocamentos de até 30 minutos. Já nas casas sem disponibilidade de veículos privados, a ocorrência de viagens pendulares com tempo de percurso superior a uma hora é maior.

“Isso pode indicar que, mesmo com o aumento do tráfego urbano, as pessoas que não possuem veículo privado, e, portanto dependem de transporte público, sofrem um impacto de tempo maior que os demais”, diz o estudo.

Vale-transporte

O trabalho também mostrou que as políticas de auxílio ao transporte, como o vale-transporte, por exemplo, atingem pouco as classes sociais mais baixas, levantando questões sobre a eficácia desse tipo de medida, especificamente para os trabalhadores informais e os desempregados. Os dados apontam para a necessidade de se criar novas políticas publicas que venham a beneficiar os deslocamentos das pessoas com maior vulnerabilidade socioeconômica.

Atualmente, cerca de 40% dos trabalhadores brasileiros recebem algum tipo de auxílio transporte. As classes mais baixas, no entanto, apresentam os maiores percentuais de informalidade no trabalho, de forma que a política do vale-transporte não atinge justamente quem mais precisa.

Os menores percentuais de cobertura do auxílio transporte estão nas famílias com renda per capita inferior a meio salário mínimo.

“Pelos números apresentados, pode-se concluir que a taxa de motorização da população permanecerá crescendo, o que gerará impactos sobre as condições de mobilidade e tempos de deslocamento, demandando investimentos vultosos por parte dos governos em melhoria da infraestrutura de mobilidade nas próximas décadas”, conclui o Ipea.

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