Depois de ser citado como operador do PT dentro do esquema de corrupção na Petrobras, o tesoureiro do partido João Vaccari Neto veio a público, por meio de seu advogado, negar qualquer tipo de doação ilegal ou operações de caixa dois dentro da agremiação.
Em nota divulgada nesta quinta-feira (5), a defesa de Vaccari afirma que o tesoureiro “ansiava pela oportunidade de prestar os esclarecimentos” para demonstrar “as inúmeras impropriedades publicadas pela imprensa nos últimos meses, envolvendo seu nome”.
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Nesta quinta, Vaccari foi conduzido pela Polícia Federal até a sede da corporação, em São Paulo, onde prestou depoimento de aproximadamente três horas. Ele foi citado em depoimento de delação premiada do ex-gerente de Engenharia da Petrobras, Pedro Barusco, como operador do PT nos desvios de recursos da estatal.
De acordo com delação de Barusco, divulgada pela Justiça, Vaccari teria recebido entre US$ 150 milhões e US$ 200 milhões – quase R$ 547 milhões na cotação atual – em propina por meio de 90 contratos da Petrobras com empreiteiras, entre os anos de 2003 e 2013.
Mas, o advogado de Vaccari nega todas as acusações. Segundo a nota, assinada por Luiz Flávio D’Urso, o PT não tem caixa dois nem conta no exterior, e não recebe doações em dinheiro. A defesa de Vaccari sustenta que o partido somente lida com “contribuições legais ao partido, em absoluta conformidade com a lei”.
À disposição
O advogado de Vaccari também aproveitou a nota para reclamar da condução coercitiva a qual seu cliente foi submetido nesta quinta-feira. Segundo D’Urso, bastaria intimar o tesoureiro para que ele comparecesse e prestasse todas as informações, “colaborando com as investigações da Operação Lava Jato, como sempre o fez”.
O PT também divulgou nota condenando as informações divulgadas a respeito do depoimento de Barusco. Por meio da assessoria, o partido afirmou que as declarações do ex-gerente da Petrobras não merecem crédito porque querem "envolver o partido em acusações, mas não apresentam provas ou sequer indícios de irregularidades”. O PT afirma ainda que todos os acusadores vão responder na Justiça pelas “mentiras” proferidas contra o partido.