Vendas no varejo caíram cerca de 20% em dias de jogos do Brasil
Levantamento levou em conta as duas primeiras partidas da seleção, nos dias 17 (domingo) e 22 (sexta-feira)
Brasil|Fernando Mellis, do R7
Os dois primeiros jogos do Brasil na Copa fizeram com que as vendas no varejo caíssem 24,7% no domingo (17) e 19,8% na sexta-feira (22). Os números são de um levantamento da empresa de transações com cartões de crédito e débito Cielo.
No dia 17, os supermercados registraram um pico de vendas acima da média entre 11h e 13h. No entanto, durante o horário do jogo, das 15h às 17h, as transações caíram.
Já no jogo de sexta-feira, os supermercados perderam 18,7% de vendas, em relação a uma sexta-feira de movimento normal, apesar de um pico pouco antes da partida.
As vendas em bares e restaurantes também tiveram comportamentos atípicos durante os jogos.
No domingo, caíram 35,4%. Porém, registrou-se um aumento de transações acima da média por volta das 17h, quando a partida já havia terminado. O mesmo se repetiu às 11h de sexta-feira.
Quando analisados somente os bares, percebe-se um leve aumento das vendas no horário do intervalo das partidas e principalmente no final. No entanto, nos dois dias esse segmento teve quedas de 13,2% e 6,8%, respectivamente.
Os padarias foram o único segmento que registrou vendas acima da média para uma sexta-feira: alta de 7,1%. O pico foi às 8h, pouco antes de a seleção entrar em campo contra a Costa Rica.
"Infelizmente, os jogos têm um impacto negativo sobre as vendas. Obviamente, a gente espera que sejam recuperadas parte dessas vendas perdidas, mas muitas delas, por exemplo, em restaurantes, não tem como", diz o diretor de inteligência da Cielo, Gabriel Mariotto.
Por outro lado, Guilherme Dietze, assessor econômico da Fecomercio-SP (Federação do Comércio de Bens, Serviços e Turismo do Estado de São Paulo), diz que "no agregado do mês, o varejo não sofre grandes alterações por causa dos jogos do Brasil".
"Dentre os setores, o único que talvez tenha uma venda perdida, é o de vestuário, que tem muita compra por impulso. Mas ninguém vai deixar de comprar um eletrônico ou eletrodoméstico por causa do jogo. Vai comprar em outra data", observa, destacando ainda que a Copa aumenta a venda de televisores.