Zavascki, Rosa e Dias Toffoli votam por cassação de liminar que obriga votação de vetos em ordem cronológica
Ministros acreditam que seria mais danoso mandar Congresso votar 3.000 pontos em sequência
Brasil|Carolina Martins, do R7, em Brasília
O ministro do STF (Supremo Tribuna Federal) Teori Zavascki divergiu de Luiz Fux, nesta quarta-feira (27), e pediu a derrubada da liminar que obriga o Congresso a votar os 3.000 vetos que estão trancando a pauta em ordem cronológica.
Ao contrário do ministro relator do caso, Luiz Fux, Zavascki acredita que seria mais danoso obrigar senadores e deputados a limpar a pauta de vetos. Para ele, o que deve ser definido é que o Congresso trabalhe para não acumular mais nenhum veto a partir de agora.
Zavascki alega que o Judiciário não pode agir no controle prévio da constitucionalidade, ou seja, evitar um ato que fere a Constituição. Ele defende que esse é o papel do Legislativo, antes de aprovar leis, e do Executivo, ao vetar os projetos.
O ministro argumenta que ao Judiciário cabe o controle repressivo, aquele que invalida leis, que estão em vigor, mas vão de encontro à Constituição.
— É inviável a pretensão de controle preventivo de inconstitucionalidade.
A ministra Rosa Weber acompanhou a divergência do ministro Zavascki e também defende que o Congresso possa trabalhar sem a obrigatoriedade de votar todos os vetos em ordem cronológica.
Segundo ela, o pedido de liminar foi motivado justamente para atrasar a apreciação de um vetos que ainda está dentro do prazo.
— O mandado de segurança busca evitar a votação no prazo previsto na Constituição [...] quase que impedindo o Congresso de legislar.
O ministro Dias Toffoli foi o quarto ministro a votar e também acompanhou a divergência. Ele alega que o Supremo pode até se pronunciar, se provocado, sobre vetos apreciados em desrespeito à ordem cronológica. No entanto, não cabe à Corte impedir a votação dos vetos.
Até agora, o placar está três a um, favorável ao fim da obrigatoriedade de respeitar a ordem cronológica dos vetos.