Deputados do DF convidam Moraes para reunião sobre a CPI dos Atos Extremistas
Intuito é apresentar pautas da Comissão Parlamentar de Inquérito e discutir a oitiva do ex-secretário de Segurança Anderson Torres
Brasília|Luiz Calcagno, do R7, em Brasília
Os deputados distritais que compõem a Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) dos Atos Extremistas, na Câmara Legislativa do Distrito Federal, querem se reunir com o ministro do Supremo Tribunal Federal Alexandre de Moraes. O ofício com o pedido do encontro foi enviado ao magistrado na última quinta-feira (23).
No texto, os parlamentares pedem a reunião "com o propósito de tratar de assuntos de interesses diretamente relacionados ao objeto desta CPI, bem como, no que for possível, colaborar com a investigação em curso no Supremo Tribunal Federal".
Os deputados argumentam também que os trabalhos da CPI dependem da interlocução com o ministro, "uma vez que alguns requerimentos aprovados em plenário têm relação com depoentes ou fatos apurados e relatados" nos inquéritos dele.
Ex-secretário de Segurança Pública
Embora não conste no texto, o depoimento do ex-secretário de Segurança Pública do DF Anderson Torres está entre os temas que os parlamentares pretendem discutir com Moraes. Ele está preso desde janeiro por suspeita de omissão nos atos de vandalismo de 8 de janeiro, que são o alvo de investigação da CPI. Torres prestou depoimento ao Tribunal Superior Eleitoral no último dia 16.
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O presidente da CPI, o deputado Chico Vigilante (PT), afirmou ao R7 que "a ideia é conversar com ele [Moraes], mostrar a importância da CPI, explicar por que temos convocado os presos". Questionado se Torres estaria na pauta, o parlamentar confirmou.
Depoimentos
Na quinta-feira, os deputados ouviram o ex-secretário de Segurança Pública do DF Júlio Danilo, que foi número 2 de Torres na pasta na gestão anterior. Ele disse aos parlamentares que o Comando Militar do Planalto, coordenado pelo general Gustavo Dutra de Menezes, impediu o Governo do DF de desmobilizar o acampamento montado por apoiadores do ex-presidente Jair Bolsonaro em frente ao QG do Exército, em Brasília.
Para a próxima semana, está previsto o depoimento do tenente-coronel da Polícia Militar do DF Jorge Henrique da Silva Pinto, que teria alertado as demais autoridades sobre o risco dos protestos de 8 de janeiro. Os distritais também vão discutir a possibilidade da realização de duas sessões por semana a partir de abril.