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Frente do Empreendedorismo reivindica desoneração da folha na reforma tributária

Parlamentares do grupo defendem um imposto geral sobre as transações para simplificar discussão sobre alíquotas diferenciadas

Brasília|Bruna Lima, do R7, em Brasília

Frente Parlamentar do Empreendedorismo se reúne com grupo de trabalho da reforma tributária
Frente Parlamentar do Empreendedorismo se reúne com grupo de trabalho da reforma tributária

A Frente Parlamentar do Empreendedorismo intensificou a defesa da aprovação da desoneração permanente da folha de pagamento com a reforma tributária. A avaliação dos parlamentares do grupo é que um imposto sobre transações financeiras (CMF) serviria como fonte de arrecadação e resolveria impasses em relação à alíquota unificada.

A argumentação é que, para fixar uma alíquota uniforme dos atuais impostos na casa dos 25%, como é tratado na discussão atual da reforma tributária, seria necessário fixar o CMS em 0,11%.

Segundo o deputado Joaquim Passarinho (PL-PA), vice-presidente da frente parlamentar, a proposta de reforma representa um avanço ao agregar e simplificar impostos, mas não muda a dinâmica da forma que a arrecadação é feita e, com isso, não atende aos anseios dos entes federados de aumentar a receita e depender menos de repasses da União. 

"Primeiro, é necessário eliminar o imposto e os penduricalhos sobre a folha de pagamento para depois achar uma forma de compensar e prever que todos paguem para ter a alíquota mais baixa possível. A forma de arrecadar mais é ampliar a base e só estabelecer um imposto a partir da correção das injustiças sobre a folha", explicou Passarinho. 


A ideia foi apresentada pela frente na terça-feira (14) ao grupo de trabalho que discute a reforma tributária na Câmara. Durante a reunião, o coordenador da equipe, deputado Reginaldo Lopes (PT-MG), levantou a possibilidade de aplicar alíquotas diferenciadas a setores como saúde, educação, transporte e agronegócio.

"Dentro do Imposto de Valor Agregado (IVA), alguns setores precisam de tratamento diferenciado, com uma alíquota diferenciada. Os estudos mostram um IVA de 25%. Então você pode ter um IVA menor para setores específicos", disse.


Na avaliação de Passarinho, a proposta da frente eliminaria a necessidade de discutir tratamentos especiais para alguns setores. "Ao compensar os serviços com a desoneração, elimina-se a necessidade de discutir uma alíquota diferente", explicou. 

A ideia de promover uma desoneração ampla da folha de pagamento também é defendida pelo ministro do Trabalho e Emprego, Luiz Marinho. Ele sustenta a cobrança de impostos realizada no faturamento das empresas, e não vinculada à folha, que é outra proposta bem vista pela frente parlamentar.


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"A sociedade precisa discutir qual é o papel da Previdência na importância do Estado de bem-estar e, portanto, é preciso enfrentar quando se faz o debate da reforma tributária. Eu sou plenamente favorável a essa mudança: tirar da folha de pagamento e discutir no faturamento", defendeu Marinho em reunião anterior com a Frente Parlamentar do Empreendedorismo. 

A possibilidade de incluir a desoneração na reforma tributária, no entanto, não é defendida pelo deputado Reginaldo Lopes. "As matérias são distintas, apesar de complementares." Ainda assim, ele define como "péssimo" o tipo de cobrança que pesa para o empregador e disse que há espaço para discutir.

A expectativa, no entanto, é que, caso o tema seja tratado dentro da reforma tributária, a desoneração ocorra de forma definitiva para os 17 setores que atualmente estão contemplados. "Evidente que nós devemos, sim, desonerar a folha, mas para os setores que empregam gente. Se o setor é muito avançado na área tecnológica, acho que não tem esse apelo", completou Lopes. 

Alternativa

O Senado se movimenta para garantir, independentemente da reforma tributária, a manutenção da desoneração da folha de pagamento dos 17 setores que atualmente são contemplados. Para prorrogar a medida, que só é válida até o fim do ano, o líder do União Brasil na Casa, senador Efraim Filho (PB), articula a aprovação de um novo projeto.

O senador defende a reforma tributária como uma solução para acabar com o imposto de forma ampla, mas frisou que manter a desoneração é prioridade, sob o risco de acarretar mais de 300 mil desempregos com o fim da concessão. 

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