Padilha diz que governo quer derrubar narrativa conspiratória
José Cruz/ Agência Brasil - 20.4.2023O ministro das Relações Institucionais, Alexandre Padilha, disse nesta sexta-feira (21) que a base de apoio do presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) vai jogar uma “pá de cal” em quem diz que a gestão dele é culpada pelos episódios de 8 de janeiro se o Congresso Nacional instalar uma Comissão Parlamentar Mista de Inquérito (CPMI) para investigar os atos de vandalismo.
“A CPMI, na nossa opinião, tem um primeiro papel de ser um espaço de embate político. Nós vamos dar uma 'pá de cal' na tentativa de construir uma narrativa conspiratória, absurda e terraplanista de que as vítimas — o Executivo, o Legislativo, o Supremo Tribunal Federal e a democracia —, são responsáveis pelos atos terroristas”, declarou Padilha.
Segundo ele, caso o presidente do Congresso, Rodrigo Pacheco (PSD-MG), leia o requerimento que pede a abertura da CPMI, o governo vai indicar membros “o mais rápido possível”. “Vai ser gente muito preparada e experiente, para fazer enfrentamento político e destruir essa narrativa conspiratória que tenta transformar as vítimas dos atos nos seus responsáveis. Tenho visto muita gente disposta querendo estar nesse espaço,” afirmou.
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De acordo com Padilha, a CPMI pode ser mais um instrumento para identificar os responsáveis pelos atos. “O papel de apurar, punir, identificar responsáveis, quem pagou, mobilizou, organizou e planejou, a Polícia Federal e o Judiciário estão fazendo muito bem. Certamente, a CPMI pode trazer mais elementos daqueles que foram responsáveis pelo financiamento”, opinou.
O ministro comentou, ainda, que o governo vai defender a intimação de qualquer pessoa que possa ter relação com os episódios, entre elas o ex-presidente Jair Bolsonaro (PL). “Nós vamos mirar todos aqueles responsáveis pelos atos terroristas. O ex-presidente é o responsável moral, espiritual e organizativo pelos atos terroristas. Por quatro anos, ele [Jair Bolsonaro] semeou ódio nesse país contra a Suprema Corte e contra o sistema eleitoral brasileiro, e ficou, o tempo todo, estimulando atitudes golpistas.”