Moraes autoriza liberação de Mauro Cid e outros presos para depor na CPI da Câmara do DF
Segundo o ministro, deve ser garantido o direito ao silêncio; a data do depoimento será informada ao STF
Brasília|Gabriela Coelho, do R7, em Brasília
O ministro do Supremo Tribunal Federal (STF) Alexandre de Moraes autorizou a CPI dos Atos Antidemocráticos na Câmara Legislativa do Distrito Federal (CLDF) a tomar o depoimento de presos investigados pelos atos de vandalismo ocorridos em 8 de janeiro, em Brasília.
Os nomes são: Alan Diego dos Santos, Mauro Cesar Barbosa Cid, José Acácio Serere Xavante, George Washington de Oliveira Sousa, Cláudio Mendes dos Santos, Flávio Alencar e Jorge Eduardo Naime.
Segundo Moraes, deve ser garantido o direito ao silêncio, a data deve ser informada ao STF e a condução de todos os investigados deverá ser feita mediante escolta policial.
Veja abaixo quem são os presos que foram autorizados a depor na CPI da Câmara Legislativa do Distrito Federal
• Alan Diego dos Santos — Condenado por ter planejado um atentado a bomba no Aeroporto Internacional de Brasília: o nome de Alan é o primeiro da lista. Ele confessou à Polícia Civil que deixou uma bomba em um caminhão de querosene que seguia para o aeroporto. O depoimento dele é o único dos quatro que tem data marcada e está previsto para 29 de junho.
• Mauro Cesar Barbosa Cid — Coronel e ex-ajudante de ordens do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL): a Polícia Federal encontrou uma minuta de decreto de Garantia de Lei e da Ordem (GLO) e supostos planos de golpe de Estado no celular dele. Cid está preso desde 3 de maio, por suspeita de integrar um esquema para inserir dados falsos de vacinação em cartões de vacina. O coronel teria adulterado cartões de familiares seus e de Bolsonaro, que, à época, era presidente da República.
• José Acácio Serere Xavante — Indígena preso por suspeita de condutas ilícitas em atos de vandalismo: após sua prisão, integrantes do acampamento em frente ao quartel-general do Exército, em Brasília, tentaram invadir a sede da Polícia Federal, na capital federal, em 12 de dezembro. A tentativa de invasão resultou em confronto com a polícia, e diversos ônibus e carros foram queimados.
• George Washington de Oliveira Sousa — Empresário, também condenado por ter planejado o atentado a bomba no Aeroporto Internacional de Brasília junto com Alan Diego dos Santos: em depoimento à polícia, ele disse que tinha o objetivo de chamar atenção para o acampamento montado em frente ao quartel-general do Exército, em Brasília, e chegou a dizer que o plano era "dar início ao caos", o que, para ele, levaria à "decretação do estado de sítio no país".
• Cláudio Mendes dos Santos — Liderou o acampamento em frente ao quartel-general do Exército por mais de 60 dias e acabou fugindo depois dos ataques extremistas de 8 de janeiro. Santos, de 49 anos, chegou a comemorar, em mensagem de WhatsApp: “Ainda não ‘tô’ preso”.
• Flávio Silvestre de Alencar — Major da Polícia Militar do Distrito Federal: foi preso pela conduta dele durante os atos de 8 de janeiro, em Brasília. No dia da ação dos vândalos, o policial teria ordenado a retirada das tropas da PMDF dos arredores do Congresso Nacional, o que facilitou a invasão pelos criminosos.
• Jorge Eduardo Naime — Ex-chefe do Departamento de Operações da Polícia Militar do Distrito Federal: pediu ao Supremo Tribunal Federal (STF) nesta segunda-feira (20) a revogação da prisão. Naime estava de licença em 8 de janeiro, quando ocorreram os ataques das sedes dos Três Poderes.