Para tentar evitar convocação, Milton Ribeiro se põe à disposição do Congresso
Ministro ligou para o presidente da Comissão de Educação do Senado e para o presidente da Câmara dos Deputados nesta quarta
Brasília|Sarah Teófilo, do R7, em Brasília
Em um movimento na tentativa de acalmar os ânimos e evitar mais desgastes, o ministro da Educação, Milton Ribeiro, ligou nesta quarta-feira (23) para o presidente da Câmara, Arthur Lira (PP-AL), e para o senador Marcelo Castro (MDB-PI), presidente da Comissão de Educação, Cultura e Esporte do Senado, e se pôs à disposição do Congresso para prestar esclarecimentos. Na ocasião, o ministro disse ao senador que nem precisaria aprovar requerimento algum na comissão, uma vez que ele está disponível para conversar com o Parlamento.
Marcelo Castro já havia anunciado que porá em votação nesta quinta-feira (24), em reunião da comissão, um requerimento que pede a convocação do ministro e outro requerimento de convite para que o presidente do FNDE (Fundo Nacional de Desenvolvimento da Educação), Marcelo Lopes da Ponte, preste esclarecimentos à comissão.
Ribeiro tenta evitar uma convocação, que tem caráter coercitivo, obrigando-o a comparecer ao Senado. Mesmo depois da conversa, o senador pretende encaminhar os dois requerimentos para apreciação da comissão. A ideia é aprovar os pedidos e definir a data para que o ministro vá ao Senado. Até o momento, fala-se em marcar uma oitiva de Ribeiro na Comissão de Educação na próxima terça-feira (29).
Polêmica envolvendo o ministro
Nessa terça (22), Castro disse considerar a nota divulgada pelo ministro como "insuficiente" diante das notícias divulgadas pela imprensa. Uma reportagem do Estadão, no último dia 18, deu início a uma série de informações que apontam para uma espécie de "gabinete paralelo" dentro do MEC (Ministério da Educação) formado por pastores que intermediavam reuniões de prefeitos em busca de recursos para seus municípios. Dois pastores são citados: Gilmar Silva dos Santos e Arilton Moura.
Nessa segunda-feira (21), a Folha de S.Paulo divulgou um áudio no qual o ministro diz priorizar prefeituras que pedem liberação de recursos negociados pelo pastor Gilmar Santos, que não tem cargo no Executivo ou no Legislativo. "Porque a minha prioridade é atender primeiro os municípios que mais precisam e, em segundo, atender a todos os que são amigos do pastor Gilmar", diz o ministro em diálogo divulgado pelo jornal.