A ursa-de-óculos Liz, que chegou ao Zoológico de Brasília em dezembro para encontrar Ney, animal da mesma espécie, está em processo de adaptação para uma vida a dois. O casal faz parte de um programa que visa garantir a manutenção da espécie, que hoje conta com menos de 20 mil indivíduos na natureza.
A espécie é considerada em extinção devido à redução do espaço natural e à caça indevida. O processo de aproximação entre os dois animais pode durar meses, dependendo do comportamento de cada indivíduo, e ocorre sob monitoramento integral da equipe técnica do zoo.
Liz e Ney convivem na área externa do recinto durante o dia e, à noite, os animais são separados. Essa separação ocorre somente durante a fase de aproximação e, depois disso, a expectativa é que os dois já se acostumem com a ideia de viver em par.
Ursos-de-óculos são considerados vulneráveis, de acordo com a Lista Vermelha Internacional de Espécies Ameaçadas, o que torna o animal dependente de esforços pela conservação.
Por isso, Liz e Ney vão integrar o programa internacional de conservação para a espécie. Liz cumpriu 42 dias de quarentena, seguidos de exames realizados pelos veterinários do zoológico para, finalmente, começar a ser apresentada ao seu companheiro Ney.
Urso-de-óculos
Conhecido como “ukumari” pelos antigos incas, o urso-de-óculos é a única espécie de sua família na América do Sul. O animal, que pode atingir 2 metros de comprimento e pesar 200 kg, é um habitante das florestas e pradarias semiáridas nas encostas da Cordilheira dos Andes.
Apesar de estimativas mostrarem cada vez menos desses indivíduos na natureza, o urso-de-óculos se reproduz bem em cativeiro.
Os machos são maiores do que as fêmeas e apresentam a “máscara” de pelos brancos ao redor dos olhos mais desenvolvida, por isso o nome urso-de-óculos. Essa “máscara” se estende da face até o ventre, sendo a pelagem espessa e totalmente negra no resto do corpo.
*Estagiária sob supervisão de Fausto Carneiro