Atualizar um modelo com visual marcante sempre é díficil. Em geral as marcas optam por mudanças discretas, visando reformular a carroceria sem eliminar as características que fizeram sucesso no mercado. Isso explica as quase duas polegadas que separam o antigo Chevrolet Camaro de sua nova versão, que chega no mês que vem às lojas por R$ 210 mil.
Segundo Carlos Barba, diretor de design da GM do Brasil, os cerca de cinco centímetros marcam a diferença de altura da dianteira do novo Camaro. O objetivo foi claro: deixar o cupê mais "malvado".
— Além de favorecer a aerodinâmica, a frente mais baixa deixou o Camaro com o visual mais agressivo
Junto ao "rebaixamento" o modelo recebeu um novo capô com saídas de ar, lanternas redesenhadas e para-choques e tampa do porta-malas modificados. A inspiração veio da versão 69 do modelo, mas alguns componentes também herdaram elementos do topo de linha ZL1 e da antiga versão europeia do Camaro. O motor V8 6.2 continua com os 406 cv de potência, obrigatoriamente acoplado a um câmbio automático de seis marchas.
(Quase) igual ao Onix
Por dentro o Chevrolet Camaro manteve o visual retrô do painel. As maiores mudanças estão em um novo sistema multimídia com GPS baseado no MyLink. Porém, apesar do nome, ele tem pouco a ver com o equipamento adotado nos GM feitos no Brasil. Completam o pacote de novidades um novo LCD no centro do painel de instrumentos e o HUD, que agora projeta informações coloridas na base do para-brisas — antes a dupla era monocromática.
Saiba mais: Novo Camaro é mais do que 50 tons de amarelo
Outra leve semelhança com os "primos" nacionais é a adoção exagerada de plástico no interior. Ainda que o acabamento tenha melhorado (e agora conta com LEDs para a iluminação das portas), o Camaro segue aquém de seus rivais europeus neste quesito. A compensação se dá pela força bruta sob o capô.
Limitado
O novo Camaro manteve os mesmos índices de aceleração da versão antiga: 0 a 100 km/h em 5,4 segundos, com velocidade máxima (controlada eletronicamente) de 250 km/h. Não houveram alterações no conjunto de suspensão e freios.
Restrito a uma volta de 4 km em uma pista circular que simula uma reta infinita (com velocidade limitada a 160 km/h), o test-drive do novo Camaro não permitiu analisar a performance do modelo. R7 Carros irá fazer uma avaliação completa do modelo posteriormente.
Com amarelo, sem prata
Sem opcionais como teto-solar ou farol de xenônio, o novo Camaro chegará aos concessionários com uma mudança sutil: agora o leque de cores está menor, com a exclusão do prata. Os tons preto, branco, vermelho e amarelo seguem sendo oferecidos, mas o destaque será para a cor branca. De acordo com a GM, a mudança em nada tem a ver com o "Camaro Amarelo", que virou ícone da versão antiga. Quem explica é Hermann Mahnke, diretor de marketing da marca
— A opção por divulgar o carro na cor branca foi institucional, e será adotada em todos os lugares onde o Camaro for vendido
O executivo também explicou que, no momento, a marca não estuda importar outras versões do Camaro (como a ZL1 ou a Z/28), nem trazer seu esportivo topo de linha, o novo Corvette. Considerando que o esportivo continuará a disputar sozinho seu segmento, a tendência é que o novo Camaro continue a dominar o imaginário popular. O difícil, agora, será rimar o nome do carro com a cor branca.