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Aceleramos: novo Honda HR-V mescla erros e virtudes

Modelo usa calotas na versão de entrada, de R$ 69.900; versão topo de linha custa R$ 88.700

Carros|Luiz Fernando Betti, do R7, em Brasília*

Novo Honda HR-V quer dominar o segmento dos SUVs compactos, mas não terá vida fácil
Novo Honda HR-V quer dominar o segmento dos SUVs compactos, mas não terá vida fácil Novo Honda HR-V quer dominar o segmento dos SUVs compactos, mas não terá vida fácil

O mercado de carros é cheio de modismos. As peruas faziam muito sucesso nos anos 90, já as minivans viraram febre na virada do século. Agora é a vez dos SUVs compactos, segmento inaugurado há mais de uma década com o Ford Ecosport e que atinge o seu ápice com a chegada de uma nova geração de modelos, mais modernos e tecnológicos.

O primeiro desta safra é o Honda HR-V, que estará nas lojas a partir deste mês em três versões de acabamentos e preços entre R$ 69.900 e R$ 88.700. Em seguida será a vez dos novos Jeep Renegade e Peugeot 2008, que prometem esquentar ainda mais a disputa.

Ponto fraco: cabine da versão básica é simplista, com volante sem comandos de som e rádio com visual datado
Ponto fraco: cabine da versão básica é simplista, com volante sem comandos de som e rádio com visual datado Ponto fraco: cabine da versão básica é simplista, com volante sem comandos de som e rádio com visual datado

Por fora, o Honda HR-V tem visual inspirado. A carroceria exibe linhas fluidas, com lanternas em LED e fortes vincos laterais que acabam nas maçanetas embutidas nas portas traseiras. Na frente, os faróis espichados e a grade em formato de "asas" lembram o Fit, modelo com o qual o HR-V divide a plataforma.

Fit anabolizado

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Apesar do visual agressivo, o Honda HR-V não esconde sua proposta familiar. A cabine é versátil como a de uma minivan, com posição de dirigir elevada, diversos porta-trecos, fácil acesso aos comandos do painel e amplo espaço interno — o sistema de arranjo dos bancos é o mesmo do irmão menor.

O acabamento interno é satisfatório, com plástico brilhante e couro sintético com costura aparente no painel e console central elevado, que esconde as entradas USB e auxiliar. No quadro de instrumentos, o imenso velocímetro central facilita a visualização, mas a tripla saída de ar-condicionado diante do passageiro divide opiniões.

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Na hora de acelerar, o motor 1.8 flex de 140 cavalos é ágil no trânsito e seguro em ultrapassagens na estrada. A direção é precisa e a carroceria oscila pouco em curvas. Porém, não espere uma tocada esportiva neste carro.

Com o pé mais fundo no acelerador, o giro do motor sobe próximo às 6.000 rotações e por lá permanece, transferindo à cabine o som estridente do motor. Nesse ponto, fica visível a falta de sintonia entre o propulsor e o câmbio CVT, sobretudo para reduzir as marchas.

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Elefante Branco

São quatro opções disponíveis: LX mecânico (R$ 69.900), LX automático (R$ 75.400), EX (R$ 80.400) e EXL (R$ 88.700) — estes dois últimos também equipados com o CVT. Desde a mais básica, há ar-condicionado, direção elétrica, freio-de-mão elétrico, trio, som com rádio/CD e Bluetooth e controles de estabilidade e tração.

Ponto forte: versão topo de linha tem cabine moderna e arrojada, com ar digital sensível ao toque e central multimídia com GPS
Ponto forte: versão topo de linha tem cabine moderna e arrojada, com ar digital sensível ao toque e central multimídia com GPS Ponto forte: versão topo de linha tem cabine moderna e arrojada, com ar digital sensível ao toque e central multimídia com GPS

Contudo, a versão de entrada comete erros graves. Além de não trazer itens como volante multifuncional e central multimídia, ela usa calotas — sim, você leu certo: calotas. A Honda justifica que o modelo mais barato responderá por apenas 1% do mix de vendas — estratégia comum para baixar o valor inicial da etiqueta. Contudo, na prática, quem sai penalizado é o consumidor, que recebe um modelo desprestigiado pela própria marca.

Melhor negócio é a versão intermediária, que agrega itens como câmbio automático, volante multifuncional, piloto automático e assistente de saída em rampas. Central multimídia com GPS e ar-condicionado digital só na versão topo de linha, que custa quase R$ 90 mil.

Nesta faixa, o HR-V já se aproxima de SUVs maiores, como Hyundai iX35 (R$ 94.990) e Kia Sportage (R$ 99.200). Entre defeitos e virtudes, o SUV compacto da Honda se escora na reconhecida mecânica e confiabilidade da marca japonesa, além de entregar um pacote interessante de itens e visual bem resolvido.

Por outro lado, comete deslizes na versão de entrada, oferece pouca diversão ao volante e não disponibiliza itens importantes como ar-condicionado de duas zonas e sensores de obstáculos. Ainda assim, o crossover deve atender às expectativas dos clientes da marca. Seu maior desafio será atrair os compradores que estão de olho nos futuros rivais. Está lançado o desafio.

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