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Oficial: vendas de carros caem 6,91% em 2014, pior resultado da indústria nacional em 12 anos

Retorno do IPI em janeiro levou consumidores a anteciparem a compra do carro zero

Carros|Diogo de Oliveira, do R7

Queda nas vendas, incluindo ônibus e caminhão, atingiu 7,15%
Queda nas vendas, incluindo ônibus e caminhão, atingiu 7,15%

O mercado brasileiro de carros enfim sofreu um golpe duro, após passar os últimos anos às margens da crise econômica que devastou a indústria automobilística mundo afora. Nesta terça-feira (6), a Fenabrave (Federação Nacional da Distribuição de Veículos) divulgou o balanço oficial de 2014, considerado o pior resultado em 12 anos.

Entre janeiro e dezembro do ano passado, foram licenciados 3.328.716 automóveis e comerciais leves no País, volume 6,91% inferior ao registrado em 2013, quando 3.575.886 modelos foram emplacados. Se incluir caminhões e ônibus, o recuo foi ainda maior, de 7,15% sobre o acumulado do ano retrasado.

Dezembro teve corrida às lojas

Embora o resultado de 2014 tenha sido muito ruim, o mês de dezembro foi histórico, com alta de 26,35% sobre novembro e um montante de 353.558 emplacamentos — foi o terceiro melhor mês da história da indústria automobilística brasileira.


Tudo porque houve uma antecipação de compras pelos consumidores receosos com o retorno do IPI (Imposto Sobre Produtos Industrializados), a partir deste mês, que ficou reduzido de maio de 2012 até o último dia de 2014. Segundo a Anfavea, o repasse integral do IPI resultaria em um aumento de 4,5% nos automóveis 1.0.

Veja na galeria abaixo os preços de dez carros populares com o novo IPI:


2015 deve ter queda menor

Segundo Alarico Assumpção Jr., presidente da Fenabrave, o mercado deve voltar a respirar em 2015, mesmo diante do cenário negativo na economia, que inclui restrição de crédito nos bancos, cortes de postos de trabalho dentro da indústria, aumento da inflação e da inadimplência, entre outros fatores econômicos. De qualquer maneira, Alarico lembrou que o primeiro semestre será de adaptação econômica, principalmente em relação ao retorno da alíquota.


— O primeiro semestre de 2015 será mais difícil. Hoje há cerca de 400 mil veículos nos pátios livres da incidência do IPI. Devemos ter entre 35 e 40 dias de estoques. As concessionárias e fabricantes aproveitaram para fomentar os estoques justamente para este primeiro momento. Por isso, a expectativa é de que janeiro será um mês ainda aquecido, sob efeito do IPI anterior. Agora, o aumento de preço ocorrerá em fevereiro e, até que os consumidores entendam isso, é evidente que isso causará um certo impacto.

Embora ainda seja cedo para desenhar o mercado brasileiro em 2015, a Fenabrave acredita que haverá uma queda mínima, de 0,5%, sobre 2014, com um total previsto de 3.312.116 automóveis e comerciais leves -- praticamente um empate técnico em relação ao ano passado. Somando ônibus e caminhões, a projeção é basicamente a mesma, de 0,53%, com 3.479.343 unidades. Diante das circunstâncias, parece um cenário positivo.

Ranking das montadoras

Entre as montadoras, a Fiat foi novamente a líder do mercado, com 20,97% de participação total. A maior surpresa foi a Renault, que conseguiur se recuperar da queda nos anos anteriores e fechou à frente da Hyundai por uma diferença mínima. Veja a seguir a lista completa de vendas das montadoras, somando automóveis e comerciais leves:

1°) Fiat — 698.179 unidades (20,97% de participação)

2°) GM — 578.752 unidades (17,39% de participação)

3°) VW — 576.596 unidades (17,32% de participação)

4°) Ford — 308.146 unidades (9,26% de participação)

5°) Renault — 237.197 unidades (7,13% de participação)

6°) Hyundai — 237.134 unidades (7,12% de participação)

7°) Toyota — 195.416 unidades (5,87% de participação)

8°) Honda — 137.888 unidades (4,14% de participação)

9°) Nissan — 72.356 unidades (2,17% de participação)

10°) Mitsubishi — 59.267 unidades (1,78% de participação)

11°) Citroën — 53.804 unidades (1,62% de participação)

12°) Peugeot — 40.530 unidades (1,22% de participação)

13°) Kia — 23.794 unidades (0,71% de participação)

14°) Mercedes-Benz — 15.604 unidades (0,47% de participação)

15°) BMW — 15.050 unidades (0,45% de participação)

16°) Audi — 12.486 unidades (0,38% de participação)

17°) Chery — 9.547 unidades (0,29% de participação)

18°) Land Rover — 9.391 unidades (0,28% de participação)

19°) JAC — 8.417 unidades (0,25% de participação)

20°) Suzuki — 6.043 unidades (0,18% de participação)

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